Um caso raro e bastante curioso ocorreu recentemente em Barranquilla, na Colômbia. Mónica Vega estava em seu sétimo mês de gravidez quando seu médico percebeu, ao fazer um ultrassom, que ela tinha dois cordões umbilicais dentro da barriga, fato bastante estranho, considerando que a moça não estava grávida de gêmeos. As informações são da BBC.
Descobriram, então, que quem carregava um feto dentro do abdômen era a filha dela, Itzamara, devido a uma condição chamada fetus in feto, que, se não identificada a tempo, pode colocar a gravidez em risco.
Antes de chegar na 40ª semana de gestação, Mónica foi submetida a uma cesárea, já que havia risco de Itzamara ficar cada vez mais fraca por conta dos nutrientes que eram roubados pela gêmea parasita.
Logo após nascer, Itzamara passou por uma cirurgia de 24 horas para que o feto fosse removido de seu abdômen. Segundo o médico responsável pela operação, Miguel Parra, o procedimento foi bem sucedido.
— Agora ela é uma menina que se desenvolve muito bem, ela se recuperou de sua cesariana — disse à rádio colombiana Caracol.
O que é fetus in feto?
Segundo especialistas, o fetus in feto, também conhecido como gêmeo parasita, é um processo raro de ocorrer, sendo relatado em um caso a cada 500 mil nascimentos.
Parra explica que o irmão gêmeo se desenvolve dentro do outro, em vez de crescer no útero da mãe. Uma gravidez desse tipo normalmente é desenvolvida a partir de um único zigoto, formado por um óvulo e um espermatozoide.
Quando a gestação passa da primeira semana, a estrutura se divide e os gêmeos idênticos são formados. Entretanto, se esse processo ocorrer na segunda semana, são formados gêmeos siameses, fenômeno que ocorre uma vez a cada 200 mil gestações.
— É um dos casos mais estranhos que vemos em medicina fetal. As células que iriam formar as gêmeas não se dividiram no momento adequado. Por isso, uma desenvolveu enquanto outra ficou dentro da irmãzinha — explicou o médico.
Segundo Parra, toda estrutura viva precisa de nutrientes e oxigênio para viver. No caso de Itzamara, ela usava o cordão umbilical e a placenta da mãe para se desenvolver, enquanto o feto dentro dela não tinha acesso à placenta, portanto, extraía nutrientes e oxigênio da irmã.
— Se não tivesse sido diagnosticada a tempo, a menina poderia ter crescido durante anos com esse feto parasita dentro de seu abdômen.
Normalmente, esse fenômeno só é descoberto após o nascimento. O caso de Itzamara é um dos poucos em que a condição foi detectada ainda no período do pré-natal.
— É como ter um grande parasita. Ele te enfraquece e desnutre. Além disso, também pode prejudicar alguns de seus órgãos — afirmou Parra.