O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) enfrenta, há uma semana, superlotação em dois dos principais setores: o Centro Obstétrico e a UTI Neonatal. O Centro Obstétrico contabiliza nesta quinta-feira (20), 15 gestantes internadas onde a capacidade é para dez. Além disso, no setor, há ainda quatro bebês acomodados de forma improvisada. Na última sexta-feira (14), a unidade contabilizou mais que o dobro da capacidade de gestantes internadas: havia 21 mulheres no local. Enquanto o quadro não voltar à normalidade, a instituição só recebe gestantes de alto risco referenciadas.
Já a UTI Neonatal, que tem capacidade para receber dez bebês, conta com 13 crianças internadas. Em decorrência disso, o setor está com os atendimentos restritos e não recebe mais pacientes até que a situação estabilize.
As medidas de restrição nos atendimentos foram tomadas ainda na quinta-feira (13). De acordo com a gerente de Atenção à Saúde do Husm, Soeli Guerra, a questão é preocupante. Ela acrescenta que na tentativa de amenizar o problema, por diversas vezes, foi buscado o governo do Estado, que ainda não apresentou uma solução concreta para dar enfrentamento à demanda.
—Não se vê medidas com resultado. Muito pelo contrário. Acabei de receber ligação para atender uma demanda de Rio Grande. E, nós não temos condições de receber todo o Estado aqui no Husm. E isso, muitas vezes, acontece. Recebemos pacientes de diferentes cidades que não deveriam ser atendidos aqui. Procuramos apoio, mas não temos retaguarda. É uma demonstração que o sistema está deteriorado, não há uma preocupação com a rede de atendimento.
Em todo o 2018, os dois setores de maternidade estiveram superlotados, pelo menos, 30 vezes e precisaram restringir os atendimentos. O Universitário é referência para gestantes de mais de 40 municípios das regiões central e fronteira-oeste.