As altas temperaturas registradas nos últimos dias da primavera estão incomodando até mesmo quem gosta de calor. Na cidade de Antonina, no litoral paranaense, a sensação térmica surpreendeu ao chegar a 81ºC, quando os termômetros registravam 40,2ºC. Tomar bastante água, usar uma roupa mais leve, curtir uma praia ou um banho de piscina ajudam a refrescar, mas para crianças os cuidados devem ser redobrados nesta época do ano. O verão começa nesta sexta-feira (21) e promete dias com temperaturas elevadas.
– A Laurinha fica muito suada e incomodada com o calor. À noite, procuro colocar pouca roupa e uma toalha por baixo para não deixar o lençol molhado. Ela tem acordado de hora em hora. Além disso, o verão traz os pernilongos – diz Kátia Oliveira, mãe da Laura, dois anos.
Ela também procura dar muita água e frutas como a melancia para refrescar a filha.
A pediatra e neonatologista Maria Cecília Correia Hyppolito lembra que os pais devem ter atenção principalmente com os bebês com menos de dois anos.
– Use roupas leves, ofereça muito líquido, frutas e alimentos frescos. Evite também exposição solar em horários mais quentes. Pode permanecer ao ar livre, mas na sombra – indica Hyppolito.
Outra preocupação é com as assaduras. É importante realizar trocas frequentes de fraldas. No calor, também é comum as crianças ficarem com bolinhas vermelhas pelo corpo. O indicado é dar mais de um banho ao dia.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as temperaturas também bateram recorde. Na terça-feira (18), a temperatura chegou a 34,4ºC no Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista.
Segundo a Climatempo, a primavera está terminando e teve muitos eventos de frio atípico nos Estados do Sul, do Sudeste e em Mato Grosso do Sul. Mas, de repente, o calor entrou em cena.
"Há vários dias, cidades dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, de todos os Estados da Região Sul e do Mato Grosso do Sul têm estado na lista das 10 mais quentes do país, pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia, e não é com calor de 30°C, 32°C, mas um calor realmente extremo entre 37°C e 40°C", destaca a Climatempo.
Fábio Araújo é pai da Sofia, de cinco meses e meio. Ele concorda que o excesso de calor traz muito desconforto para os bebês.
– Minha filha fica muito incomodada com o calor. Procuro deixar com roupas mais leves, mas também me preocupo com a variação de temperatura. Calor extremo e, de repente, a temperatura diminui quando chove. É preciso verificar a temperatura constantemente. Ando com várias roupas de calor e de frio. Ela ainda mama no peito, e a mãe sempre fica atenta para amamentar quando ela está com fome e também com sede, já que o leite materno também tem nutrientes que aliviam a sede – comentou Araújo.
Daniel Albuquerque, superintendente de Provimento em Saúde e médico responsável pela atenção integral à saúde na Central Nacional Unimed, reforça que o corpo do recém-nascido resfria e esquenta muito facilmente. Segundo ele, o cuidado deve ser aumentado por essa questão da regulação térmica.
– Mantê-lo muito bem hidratado. Redobrar a atenção nos dias quentes. Ao mesmo tempo que ganha calor, o corpo do bebê também pode esfriar muito rapidamente. Entre seis meses e um ano, a regulação começa a ficar mais estável. Nos dias mais quentes, procure vestir o bebê com roupas mais leves e de algodão. Mantenha a cabeça descoberta – orienta Albuquerque.
O médico também lembra que o bebê precisa receber sol, mas nas primeiras e últimas horas do dia.
– Em São Paulo, como a temperatura muda rapidamente, é preciso ter uma roupa de frio também por perto – ressalta.
Disputados por adultos nos dias de calor, o ventilador e o ar-condicionado são perigosos para as crianças, pois o ar muito seco ou muito frio pode deixar a garganta dos pequenos vulnerável para infecções.
– Nunca devem ser usados diretamente na criança. O ideal é resfriar o corpo da criança com líquido ou leques – aconselha ele.
Rafaela Galvagni é mãe de Gustavo, de seis meses. Ela conta que tem dado mais de um banho por dia e lavado o rosto e o pescoço do bebê com mais frequência.
– Dou mais banho, e ele tem ficado só de fralda mesmo. No mais, deixo longe do sol, também não deixo direto no sofá porque o tecido é quente. Tento colocar tecidos mais geladinhos em contato com o corpo dele – explica Galvagni.
O pequeno Gabriel, de dois anos, gosta muito de piscina e de gelatina. A mãe dele ressalta que desta forma ele fica mais aliviado.
– Ele ama gelatina. Também monto a piscina para que ele possa se refrescar nos dias mais quentes, sempre levando em conta os melhores horários em relação à exposição ao sol –diz Cristiana Helena.
Até os seis meses, não é recomendado o uso de protetor solar, por isso, o ideal é procurar locais com sombra. Passada esta fase, o protetor é indicado. Mesmo assim, não é aconselhável que os pequenos fiquem expostos ao forte sol.