Das 630 vagas abertas pelo edital do Mais Médicos no Rio Grande do Sul, apenas 276 já estão preenchidas. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (17) a ZH pelo Conselho das Secretarias Municipais da Saúde do Estado (Cosemsrs).
De acordo com o levantamento, apenas 43,8% dos profissionais que escolheram o Estado realmente assumiram suas funções nos postos de saúde. Além dos 276 médicos que já estão trabalhando, outros 64 entraram em contato com as prefeituras e demonstraram interesse pela vaga, mas, segundo o Cosemsrs, ainda não se apresentaram oficialmente. O prazo final para que os inscritos procurem os governos municipais se encerra nesta terça-feira (18). Inicialmente, a data limite era na última sexta-feira (14), mas o Ministério da Saúde optou por prorrogá-la.
Somados os médicos que já estão trabalhando e os que manifestaram interesse, ainda assim restam 290 vagas em aberto no Rio Grande do Sul. Conforme o Conselho das Secretarias da Saúde, se o quadro não mudar até terça, a expectativa é de que elas sejam consideradas rejeitadas e voltem a ser disponibilizadas em edital.
Entre os profissionais que assumiram os trabalhos em solo gaúcho, estão vários de fora do Estado. Viamão, por exemplo, recebeu um médico do Rio de Janeiro. Cacequi, na região Central, foi escolhido por um profissional de Boa Vista, no Estado de Roraima. Em Piratini, no Sul, um médico do Acre se apresentou. Os dados consolidados de quantos inscritos são de fora do RS devem ser divulgados ainda hoje.
Temos apenas dois clínicos gerais para atender toda a população de mais de 2,5 mil habitantes. Ainda estamos no aguardo de alguém que possa trabalhar 40 horas semanais e ficar responsável pela Saúde da Família, porque essa área está totalmente parada.
GISELE SCHNEIDER
Secretária da Saúde do município de Maratá
Secretária da Saúde do município de Maratá, Gisele Schneider afirma que dois profissionais chegaram a se inscrever para trabalhar na cidade. Entretanto, um deles não conseguiria cumprir a carga horária de 40 horas semanais, e o outro, apesar de já ter concluído os estudos, não colou grau na universidade na qual estuda, portanto, não estaria apto a começar a exercer a profissão.
Em função disso – e para não deixar a população desassistida –, a prefeitura da cidade optou por contratar dois médicos de uma clínica privada para realizarem as consultas nas segundas, quartas e sextas-feiras, com carga de oito horas por dia. Gisele afirma que essa foi a solução encontrada enquanto aguarda o retorno das atividades dos Mais Médicos em Maratá:
– Os profissionais dessa empresa começaram a atender hoje (nesta segunda-feira, 17) o setor de pronto-atendimento. Temos apenas dois clínicos gerais para atender toda a população de mais de 2,5 mil habitantes. Ainda estamos no aguardo de alguém que possa trabalhar 40 horas semanais e ficar responsável pela Saúde da Família, porque essa área está totalmente parada – diz a secretária.
Já na cidade de Não-Me-Toque, a médica Nátali Cristina Delattre Lima, de Londrina, no Paraná, desembarcou em solo gaúcho na última quarta-feira. Ela iniciará o atendimento junto à unidade básica de saúde do bairro Santo Antônio na próxima segunda-feira (24).