O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) restringiu os atendimentos no Pronto-Socorro (PS) adulto devido à superlotação e, agora, recebe apenas pacientes com quadro de politraumatismo ou casos de urgência e emergência encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A medida foi tomada na noite de quinta-feira (22), quando a instituição contabilizou mais de 70 pacientes internados em setor no qual a capacidade é para 42 - sendo 23 acomodados em leitos e 19 em macas. Ou seja, a superlotação passou dos 60% da capacidade.
Na manhã desta sexta-feira (23), a situação do PS teve ligeira alteração, com 61 pessoas internadas no setor. De acordo com a gerente de Atenção à Saúde do Husm, Soeli Guerra, a instituição tenta fazer o remanejamento dos pacientes para, então, retomar todos os atendimentos na unidade. Mas, por enquanto, a situação não tem data para mudar já que depende do quadro de saúde dos internados.
O Centro Obstétrico e a UTI Neonatal do Universitário que, no final de setembro, tiveram os atendimentos restritos, na manhã desta sexta, atuam com o limite máximo da capacidade, que é de dez leitos em cada setor. Assim, as duas unidades não apresentam, momentaneamente, limitação nos atendimentos. Contudo, Soeli explica que o quadro muda frequentemente:
— Os dias que o (hospital) Casa de Saúde atende estabelece-se uma normalidade. Final de semana é o período mais difícil porque o Casa de Saúde não tem pediatra nas noites de sábado e domingo, então eles nem recebem gestantes porque elas internam, podem entrar em trabalho de parto e não têm pediatra à noite. Aí, é sempre um caos nos finais de semana porque vem toda essa demanda só para cá.
O Husm e o Hospital Casa de Saúde são referências para a realização de partos na Região Central. Casa de Saúde atende casos de baixa e média complexidades e o Universitário é responsável pelos casos de alta complexidade. Nos últimos meses, o Casa de Saúde não tem dado conta da demanda, pois só dispõe de um pediatra em regime de sobreaviso. A direção da instituição alega que não tem recursos para contratação de mais profissionais. A verba que é repassada pelo governo do Estado para os serviços de maternidade não é em volume suficiente para a demanda atendida, alega a direção. Pelo menos nos últimos 18 meses, o Casa de Saúde afirma que vem deparando com esse quadro.