O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) – referência para mais de 45 municípios das regiões Central e Fronteira-Oeste – suspendeu os atendimentos a gestantes de baixo risco. A instituição não recebe novas internações na UTI Neonatal devido à superlotação. A medida foi divulgada por meio de nota emitida pela direção na sexta-feira (28) e, conforme a instituição, leva em conta superlotação do Centro Obstétrico e da UTI Neonatal.
Segundo a nota, ainda no final da tarde de sexta havia 23 pacientes internadas no Centro Obstétrico, onde a capacidade é de 10 leitos. “Isso significa que as 13 pacientes excedentes estão acomodadas em macas e cadeiras”, traz um trecho do documento. Na UTI Neonatal, há seis leitos extras, quando a capacidade é de 10 leitos. De acordo com a gerente de Atenção à Saúde do Husm, Soeli Guerra, o hospital, considerado referência para o atendimento de alto risco, realiza apenas esse tipo de atendimento – em condições inadequadas – quando o paciente é encaminhado por outra instituição de saúde ou profissional:
_ Não temos condições de receber. Em uma eventualidade, esse recém-nascido vai ficar fora das condições de UTI porque fisicamente não cabe mais em função da superlotação. Já corremos risco de estar compartilhando berços, por exemplo, o que é altamente contraindicado e expõe o recém-nascido a um risco exponencialmente maior de agravamento da sua situação. Se o hospital tiver que receber em uma excepcionalidade uma gestante de alto risco, em momento de parto, esse bebê vai ficar acomodado em uma situação fora do que é preconizado.
Soeli reforça ainda que todos os casos são registrados na Central de Leitos do Estado, buscando vagas em outras instituições de referência. Contudo, ela afirma que mesmo em caso de liberação para transferência, é preciso levar em conta a condição do paciente de suportar o deslocamento, o que depende de uma “avaliação médica criteriosa”.
Na nota, o hospital afirma que “solicitou ainda uma visita técnica do Conselho Regional de Medicina para avaliar a situação, pois vem atendendo além da capacidade viável para segurança do paciente e da equipe”.