A 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) quer ter dois novos hospitais da Serra com serviços de alta complexidade em traumato-ortopedia. Conforme a titular da 5ª CRS, Solange Sonda, existe uma tentativa de credenciar o Hospital São Carlos, de Farroupilha, e o Virvi Ramos, de Caxias do Sul. No entanto, ela diz que existe a necessidade que o Hospital Pompéia permaneça com os atendimentos porque o objetivo é a ampliação do número de pacientes atendidos.
— Sabemos que um só serviço para 49 municípios não é suficiente — reconhece.
Na semana passada, o secretário municipal interino da Saúde de Caxias do Sul, Júlio César Freitas da Rosa, enviou um ofício solicitando a revogação da resolução que pactua os atendimentos de traumato-ortopedia de alta complexidade. O pedido é para que o Pompéia não seja referência para duas microrregiões, a Vinhedos e Basalto e a Uva e Vales. Juntas, elas abrangem 34 municípios. A alegação foi falta de capacidade instalada, o recurso financeiro disponível para os atendimentos, a demanda reprimida atual e o tempo médio de espera para cirurgia. A superintendência do Pompéia é favorável à repactuação.
No entanto, Solange Sonda argumenta que o ofício enviado não tem validade. Segundo ela, a 5ª CRS não localizou portaria comunicando que Freitas da Rosa estava no cargo de secretário da Saúde de Caxias. Ela diz ainda que, no início do mês, em outra reunião os municípios tinham acordado a ampliação do serviço no Hospital Pompéia.
Conforme a secretária da Saúde de Farroupilha, Rosane da Rosa, moradores das 34 cidades estão sem referência para os casos que podem ter atendimentos agendados há três anos. Assim, o principal impacto seria para a urgência e emergência. Porém, pelo menos parte da solução, pode estar em Farroupilha.
Segundo a superintendente do Hospital São Carlos, Janete Toigo, o pedido para credenciamento em serviços de alta complexidade nesta área foi levado ao Estado no início do ano. Até agora, nada foi aprovado. Janete diz que a casa de saúde tem condições de oferecer tanto atendimentos de urgência e emergência quanto eletivos, mas não fará isso sem ser devidamente remunerado. Por isso, precisa que Estado e União reconheçam o serviço.
O Hospital Virvi Ramos, por meio da assessoria de imprensa, também confirmou que tem capacidade técnica e estrutura para oferecer o serviço. No entanto, reforça que existe a necessidade de habilitação de alta complexidade pelo Ministério da Saúde e, a partir de então, depende do montante de investimento.