Até a próxima quinta-feira (6), a direção do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) pretende finalizar a capacitação de funcionários próprios para operar junto ao aparelho de ressonância magnética. O equipamento foi comprado pelo Husm em 2011 a um custo de R$ 1,6 milhão, mas nunca realizou um exame sequer. Em agosto, o Ministério Público Federal (MPF) deu prazo de 30 dias (que se encerra no próximo dia 13) para que o Husm, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e duas empresas – a que vendeu o aparelho e a responsável pela instalação – tomem as medidas cabíveis para o começo das atividades.
A iniciativa de treinar profissionais do próprio quadro observa a ausência de um prazo por parte da Ebserh para a liberação de funcionários para essa demanda. Conforme o diretor administrativo do Husm, João Batista Vasconcellos, a Ebserh tem reiterado ao Universitário que trabalha para liberar o quanto antes esses profissionais.
— Esperamos que, de fato, isso ocorra. Até porque, se porventura tivermos de colocar nossos funcionários para operar junto ao aparelho, isso implicaria em deixar desguarnecido algum outro serviço. E isso nos preocupa muito — assevera o diretor-administrativo.
Vasconcellos revela que, no momento, enfermeiros e técnicos em enfermagem dos serviços de raio X, tomografia e radioterapia passam por treinamento. A Ebserh, contudo, tem dito à direção do Husm que irá liberar três médicos radiologistas, dois enfermeiros, quatro técnicos em radiologia, quatro técnicos em enfermagem e dois assistentes administrativos. Porém, não há um prazo estabelecido para que isso ocorra, reitera o diretor-administrativo.
Frente ao “cobertor curto” do Husm, o MPF também observa o caso. A procuradora da República Bruna Pfaffenzeller afirma que irá cobrar a direção da Ebserh para que sinalize com um prazo para a liberação desses profissionais. Caso isso não ocorra, “a questão pode ser judicializada, para garantir o pleno funcionamento do aparelho de ressonância magnética do Husm sem desguarnecer os demais serviços, igualmente relevantes ao atendimento da população”, disse a procuradora a GaúchaZH.
Por nunca ter sido utilizado, o Hospital Universitário desembolsou, ao longo dos últimos seis anos, R$ 7,5 milhões, em valores atualizados, com a compra da cota desse tipo de exame de um hospital da rede particular do município. A efeito de comparação, o valor seria suficiente para fazer a compra de, pelo menos, quatro aparelhos de ressonância.