O abuso e o uso inadequado da voz são as principais causas dos cistos nas cordas vocais, problema que vai afastar a atriz Juliana Paes da televisão até o fim do ano. Na quarta-feira (12), a global anunciou que está deixando o programa Os Melhores Anos das Nossas Vidas em função das lesões.
O otorrinolaringologista da Santa Casa Geraldo Druck Sant'Anna explica que há dois tipos de cistos, os mucosos e os epidérmicos:
— Os mucosos ocorrem por que as glândulas que produzem muco entopem e formam o cisto. Normalmente, isso está associado a cirurgia. Já os epidérmicos são causados por trauma vocal, e também se discute a origem congênita.
Para tratar esse segundo tipo de lesão, a primeira recomendação é a fonoterapia, adotada por Juliana. Nas sessões, o fonoaudiólogo trabalha o equilíbrio da voz.
— A lesão continua ali. O trabalho é fazer com que a pessoa mantenha a voz bem nessas condições. Se houver um bom comportamento vocal, a tendência é de que a lesão não aumente. Quando isso não ocorre, pode-se sugerir cirurgia — diz a fonoaudióloga Chenia Martinez, conselheira do Conselho Regional de Fonoaudiologia — 7ª Região.
Comum em profissionais que necessitam da voz em suas atividades, como professores, radialistas e artistas, o problema tem como principal sintoma a rouquidão. Se não tratada, a lesão pode aumentar, tornando a voz mais instável.
Para evitar os cistos, profissionais que fazem bastante uso da voz devem procurar ajuda de um especialista para receber orientações sobre exercícios de aquecimento vocal. Fora isso, Chenia recomenda três cuidados básicos: não gritar ou usar a voz em um tom muito alto, beber bastante água e procurar um otorrino ou fonoaudiólogo caso perceba qualquer alteração na voz.