Uma mulher vítima de um infarto nos Estados Unidos tem mais chances de sobreviver se o médico que atendê-la na emergência for uma mulher porque seus sintomas são diferentes dos de homens e os médicos têm dificuldade de tratar pacientes mulheres, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (6).
Pesquisadores da Universidade de Harvard se basearam em mais de 500 mil casos de pessoas que deram entrada em emergências por infarto do miocárdio na Flórida entre 1991 e 2010. Eles encontraram uma diferença "chamativa" na sobrevivência quando o paciente e médica são do mesmo gênero ou não.
Quando uma mulher estava sendo atendida por uma médica, "houve um efeito significativo e positivo na sobrevivência", segundo as conclusões publicadas na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Quase 12% dos pacientes morrem depois de serem tratados na emergência por um ataque do coração. Mas, ao associar as pacientes com médicas "a probabilidade de morte caiu 5,4% em relação a esta referência".
Estudos prévios tinham mostrado que as mulheres são mais propensas a não resistir a um ataque cardíaco que os homens. Mas qual o motivo dessa disparidade? Alguns especialistas sugeriram que é porque os sintomas das mulheres são diferentes, ou porque elas têm a tendência de esperar mais do que homens para buscar cuidados médicos.
Mas o estudo de Harvard apresenta uma nova explicação: "a maioria dos médicos são homens e eles têm dificuldade de tratar as pacientes".
Os autores do estudo determinaram que a probabilidade das pacientes mulheres de um médico masculino morrerem era menor se ele houvesse atendido mulheres ao longo de sua carreira.
Contudo, "dado o custo (humano) da aprendizagem dos médicos homens no trabalho, poderia ser mais eficaz aumentar a presença de médicas" nos serviços de emergência, sugeriram.