O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) suspendeu a aplicação em pacientes ambulatoriais, de dois medicamentos de uso contínuo: Imunoglobulina Humana (usada em pacientes imunodeprimidos) e Omalizumab (utilizado no tratamento de doenças respiratórias). A instituição alega que o serviço é considerado de média complexidade e que não havia contrato com o Estado para realizar os procedimentos.
Só em 2017, foram aplicados 1.030 frascos de Imunoglobulina Humana comprados pelo hospital, a um custo total de R$ 700 mil. Com relação ao Omalizumab, não há um levantamento de valor porque o medicamento não consta na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e é garantido através de processos judiciais.
Por meio de nota, o Husm informou que “tentou, por inúmeras vezes, buscar alternativas para regularizar a situação da assistência farmacêutica, junto a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), com objetivo de evitar transtornos aos usuários”.
A instituição afirma que “diante da impossibilidade de contratualização desse atendimento com o Estado, e assim receber pelo serviço prestado”, em julho, o hospital comunicou formalmente que suspenderia a aplicação dos medicamentos nos pacientes ambulatoriais a partir de agosto. O Husm garante que, aos pacientes internados, esse tratamento está assegurado.
A instituição reforça ainda que cerca de 30 pacientes dependem desses remédios e procuram o ambulatório do hospital para atendimentos, fazem consulta e recebem a prescrição atualizada. Contudo, quanto ao fornecimento e a aplicação dos medicamentos, “estão sendo orientados a se dirigir a 4º CRS, que deve fornecer e indicar o local de aplicação, de acordo com o previsto na pactuação com os municípios”.
O titular da 4ª CRS, Roberto Schorn, informou que não há uma posição definida sobre quais medidas serão tomadas e que está buscando alternativas para prestar o serviço. GaúchaZH também solicitou uma posição a Secretaria Estadual de Saúde, e, até o momento, não obteve retorno.