Já utilizado para casos em que antibióticos não surtem mais efeito, o transplante de fezes pode ser um caminho a ser trilhado no combate à anorexia. Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, obtiveram autorização do FDA (agência norte-americana similar à Anvisa) para recrutar voluntários para testar o procedimento.
De acordo com a Folha de S.Paulo, os micróbios presentes no organismo (chamados de microbiota) podem tanto roubar energia dos alimentos quanto mandar ao cérebro uma mensagem inibindo a fome. Assim, a substituição da microbiota pela de outras pessoas, completamente saudáveis, poderia mudar a forma como o organismo reage à anorexia, aumentando as chances de recuperação.
— No nosso caso, a pesquisa funciona como a investigação de uma nova droga, e a FDA demorou dois anos para aprovar, o que só aconteceu duas semanas atrás. É um ensaio para mostrar a segurança, e isso é importante, porque existem pessoas fazendo transplante de fezes no estilo ‘faça você mesmo’ e postando no YouTube — disse Ian Carroll, líder da pesquisa.
Não é de hoje que Carroll estuda a relação da microbiota versus comportamento. Em 2015, ele já havia publicado um artigo relacionando as bactérias intestinais com determinados comportamentos como ansiedade e depressão em animais.
A busca incessante pela magreza e o medo de ganhar peso são algumas das motivações de quem sofre do distúrbio. Para evitar o ganho de peso, os pacientes reduzem de forma crônica a ingestão de comida.