Às vésperas do retorno de técnicos do Ministério da Saúde, que deverão apresentar atualizações sobre a possível origem do surto de toxoplasmose em Santa Maria, autoridades do Estado e da prefeitura estiveram reunidas nesta segunda-feira (25). O encontro, que não teve a participação de nenhum integrante do governo federal, se deu ainda sob a esteira da polêmica declaração do ministro da Saúde, Gilberto Occhi, que na semana passada disse em entrevista à Rádio Gaúcha que a origem do surto havia sido identificada: a água. Para a manhã da próxima terça-feira (26), espera-se que técnicos do Ministério da Saúde sinalizem com a provável fonte de contaminação da doença.
Nesta manhã, em Porto Alegre, o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), e o secretário de Saúde do Estado, Francisco Paz, alinharam estratégias de combate à doença que contabiliza 569 casos confirmados e mais de três centenas ainda em investigação.
Após o encontro, que ocorreu a portas fechadas, o prefeito disse ao GaúchaZH que o Estado garantiu que não faltarão medicamentos à população. Segundo ele, a Secretaria Estadual de Saúde sinalizou que foi feita uma compra em caráter emergencial. Contudo, Pozzobom não soube precisar à reportagem a quantia adquirida pelo governo estadual. Questionada sobre o estoque, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não tinha atualização quanto a números. Mas, no começo deste mês, a pasta conseguiu, por meio de solicitação a outros Estados, 45 mil medicamentos para aqueles pacientes diagnosticados com toxoplasmose.
— Te digo que o que compete ao Estado e ao município está sendo feito. Atuamos em três frentes: prevenção, ao explicar à população que siga tendo cautela no consumo da água, ao fervê-la, com os alimentos, que devem ser cozidos; o atendimento está garantido com a compra de medicamentos por parte do Estado e, a terceira frente é dar sequências às investigações quanto a possível origem do surto, sem descartar qualquer situação — afirmou Pozzobom.
Essa será a segunda ida de técnicos do Ministério da Saúde, em um intervalo de oito dias, a Santa Maria. No último dia 18, o coordenador de Doenças Transmissíveis do ministério, Renato Alves, esteve na cidade e, em coletiva à imprensa, afirmou não ser possível dar um prazo específico quanto a possível fonte de propagação do surto. Porém, três dias depois o ministro surpreendeu com a declaração sobre a origem na água. No retorno de técnicos do Ministério da Saúde, a expectativa é por esclarecimentos e informações mais palpáveis, disse Pozzobom:
— O que sei é que, um ou alguns técnicos do Ministério da Saúde estarão em Santa Maria e, também até onde sei, eles apresentarão algumas conclusões. O fato é que o Estado e a prefeitura não deixarão de fazer o que está ao seu alcance. Ainda que a competência de fornecer os medicamentos, estamos fazendo a nossa parte de forma integrada. Até porque a União falhou com a cidade de Santa Maria até agora e nós não deixaremos a população desassistida.
É aguardado, ainda nesta semana, um novo boletim com números atualizados dos casos de toxoplasmose.