Como uma forma de minimizar o impacto de mais uma superlotação, a direção do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) suspendeu as visitas e o acesso de acompanhantes ao Centro Obstétrico. Ao longo de toda essa semana, a unidade enfrenta “um quadro caótico”, conforme a gerente de Atenção à Saúde, Soeli Guerra. A situação, segundo ela, se tornou insustentável na última quinta-feira (26), o que levou a direção do hospital a registrar uma ocorrência policial.
No local, há capacidade para 10 leitos, mas, nesta sexta-feira (27) eram 23 gestantes atendidas, ou seja, 13 além da capacidade permitida. Conforme Soeli, cerca de 40% dos casos atendidos são de baixa e média complexidade, que poderiam ser assimilados pelo Hospital Casa de Saúde. A instituição também presta atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a Santa Maria e outros 20 municípios.
Em decorrência da superlotação, o hospital não tem mais berços nem macas para as gestantes. A direção tem buscado macas junto ao Pronto-Socorro (PS) para acomodar as pacientes. Além disso, conforme Soeli Guerra, não há nenhum leito vago na sala de recuperação para receber pós-cesárea.
Do lado da Casa de Saúde, a diretora, irmã Ubaldina Souza e Silva, afirma que desde o começo de março deste ano, o hospital voltou a atender a população. Segundo ela, no mês passado, foram mais de cem partos realizados. Ainda conforme Ubaldina, apenas são encaminhados ao Universitário aqueles casos de gestantes de alta complexidade.
O Centro Obstétrico da Casa de Saúde ficou por quatro meses fechado – entre novembro de 2017 e começo de março deste ano – já que a direção alegava, à época, atrasos nos repasses de verbas do governo do Estado. Isso levou, neste período, a maternidade do hospital universitário a absorver a demanda e a enfrentar sucessivos casos de superlotação.
Essa é a terceira superlotação somente em 2018. Em janeiro, a unidade passou duas vezes por "esse quadro agravado", recorda Soeli.