O Centro Obstétrico do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), referência para 44 municípios das regiões Central e Fronteira Oeste, está mais uma vez superlotado. O local tem capacidade para 10 leitos, mas está abrigando, na manhã desta quinta-feira (11), 15 pacientes.
Em decorrência da superlotação, o hospital não tem mais berços para os recém-nascidos nem macas para as gestantes. A direção tem buscado macas junto ao Pronto-Socorro (PS) do Husm para acomodar as pacientes que chegam. Ainda há casos de bebês que estão nas camas com as próprias mães já que não há berços disponíveis. Além disso, não há mais nenhum leito vago na sala de recuperação para receber gestantes pós-cesárea.
O quadro era ainda pior na última quarta-feira (10), quando havia 19 gestantes improvisadas em macas pelos corredores.
Impacto e desdobramento
Há 40 dias, o centro obstétrico do Husm sofre com quadros sucessivos de superlotação. Isso porque desde 1º de novembro de 2017, o Hospital Casa de Saúde de Santa Maria suspendeu os atendimentos na maternidade, o que faz com que a nova demanda seja absorvida pelo hospital universitário.
De janeiro a outubro do ano passado – quando os serviços de maternidade da Casa de Saúde ainda estavam em funcionamento –, o Husm realizava uma média de seis partos diários. Já entre novembro e dezembro, quando o centro obstétrico da Casa de Saúde fechou as portas, o número de partos feitos passou para nove por dia. Ou seja, um aumento de 50% na demanda.
A direção da Casa de Saúde de Santa Maria afirmou na manhã desta quinta-feira ao GaúchaZH que esteve reunida com a Secretaria Estadual de Saúde no último dia 3. A diretora da instituição, irmã Ubaldina Souza e Silva, afirma que há tratativas em andamento junto ao governo do Estado para retomar as atividades da maternidade.
Por e-mail, o Piratini informou que, no fim do ano passado, fez o repasse de R$ 100 milhões à área da saúde. A nota ainda traz que “os valores vão amenizar o déficit de caixa dos municípios e dizem respeito à dívida que o Estado tem com prefeituras e hospitais filantrópicos, públicos e Santas Casas”.