O secretário estadual de Saúde de São Paulo, David Uip, disse nesta segunda-feira (5) que não há registros de que o vírus da febre amarela circule por meio do mosquito Aedes aegypti, o que poderia fazer com que a doença migrasse para área urbana. Segundo ele, a possibilidade é constantemente checada pelos especialistas do Estado.
— Eles vigiam os mosquitos. Eles ficaram em Mairiporã, vigiando não só o Haemagogus (mosquito transmissor da febre amarela silvestre), mas o Aedes aegypti, para saber se ele também estava infectado. Então, há uma vigilância no Estado inteiro para saber se o Aedes aegypti, que é o transmissor da febre amarela urbana, está infectado ou não. Nesse momento, não encontramos nenhum caso — ressaltou após participar da abertura de um simpósio sobre a doença.
O Aedes aegypti é o mesmo mosquito que transmite a dengue, a zika e a chikungunya.
Segundo o secretário, a meta é imunizar toda a população do Estado contra a febre amarela. Em janeiro e fevereiro, 6,6 milhões de paulistas tomaram a vacina. Ao longo do ano passado, 7,4 milhões de pessoas foram imunizadas.
Baixada Santista
O governo estadual estuda, agora, estratégias para fazer a imunização em áreas de litoral como a Baixada Santista. De acordo com o monitoramento do avanço da doença, a região é um dos locais para os quais o vírus está se deslocando.
— Nós estamos conversando para ampliar a informação e ver qual é a estratégia. A Baixada Santista é complexa, há uma população flutuante de fim de semanas, feriado e férias. Então, é uma estratégia especial, que tem que ser particularizada — enfatizou Uip.
A região com menor cobertura vacinal no Estado é a Baixada Santista, com 36,8% da população imunizada. No Vale do Paraíba e litoral norte, a cobertura é de 47,6%. O Grande ABC tem 44,1% e a capital, 62,1%.
Casos
Segundo o último balanço da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado na sexta-feira (2), os casos autóctones (contraídos no próprio local) de febre amarela silvestre no Estado de São Paulo somam 286, de 2017 até o momento. Desses, 102 resultaram em morte.
O maior número de ocorrências foi em Mairiporã (46,5%) e Atibaia (17%), municípios que respondem por quase dois terços dos casos de febre amarela silvestre no Estado. De acordo com a secretaria, ações de vacinação estão em curso desde o ano passado nos dois municípios.