Descrito como um "tsunami cerebral", o fenômeno que acontece logo depois que nosso corpo é privado do oxigênio foi observado, pela primeira vez, por pesquisadores de Berlim, na Alemanha. O estudo foi publicado no Annals of Neurology.
Liderado pelo professor Jens Dreier, do Charité's Center for Stroke Research, um grupo de neurologistas monitorou os sinais elétricos dos cérebros de nove pacientes com sérios danos no órgão. Funciona mais ou menos assim: logo que é privado de oxigênio, o cérebro entra em um estado de "economia de energia", tornando-se eletricamente inativo e cessando a comunicação interneuronal.
Em alguns minutos, as reservas desse "combustível" se esgotam e diversos processos começam a acontecer até a liberação de uma enorme quantidade de energia eletroquímica para o cérebro — chamada de propagação da despolarização. Esse período é marcado pela hiperatividade dos neurônios seguido por um silêncio.
Aí vem o maior achado do estudo: essa onda é reversível por um determinado período de tempo, fazendo com que as células nervosas se recuperem tão logo a circulação seja retomada. Se as células não recebem mais sangue, elas morrem. Com essa descoberta, os médicos esperam desenvolver estratégias para conduzir casos de parada cardíaca e acidentes vasculares cerebrais.