São pelo menos 300 pessoas diagnosticadas com algum tipo de câncer que aguardam na fila para iniciar o tratamento contra a doença no Vale do Sinos. Em alguns casos, o tempo de espera pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chega a seis meses. Para tentar zerar essa fila, os prefeitos de Dois Irmãos, Ivoti, Novo Hamburgo, Estância Velha e Campo Bom desembarcam nesta quarta-feira (28) em Brasília para uma reunião no Ministério da Saúde.
Conforme a presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (AMVRS) e prefeita de Dois Irmãos, Tânia Terezinha da Silva, a comitiva gaúcha será recebida pelo ministro Ricardo Barros.
— Fizemos tudo para termos diagnósticos precoces. Fazemos campanhas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul. Mas esses pacientes acabam em uma fila de espera de meses. Essas pessoas vão morrendo a cada dia, se não no corpo, no psicológico — reclama.
Os gestores municipais pedem o aumento no teto do repasse do governo federal ao hospital de referência, que, neste caso, é o Hospital Regina, em Novo Hamburgo. Atualmente, a União destina cerca de R$ 700 mil por mês para o tratamento de pacientes nessa instituição, mas o valor não é suficiente para atender toda a demanda.
— O Regina tem capacidade técnica para atender esses pacientes, mas não tem teto financeiro. Para conseguir, precisaria de mais R$ 600 mil mensais — observa a presidente da AMVRS.
Nesta semana, os prefeitos estiveram reunidos com o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis. No encontro, o responsável pela pasta já antecipou que o Piratini não tem recursos para arcar com essa diferença.
— Não temos como colocar mais dinheiro, mas podemos reforçar esse pedido junto à Brasília — garante.
Para Tânia, a meta da associação é garantir que o paciente seja atendido em até 60 dias, como preconizado pelo SUS:
— Dói quando se liga para a casa do paciente e se descobre que ele não resistiu ao tempo e já faleceu.