O Ministério Público não descarta que mais lotes do medicamento Sutent 50mg tenham sido fraudados. A informação é da coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do Ministério Público, Caroline Vaz, que concedeu entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (26). Ela alerta os pacientes para que fiquem atentos a qualquer alteração nas caixas e cartelas do remédio, receitados para tratar alguns tipos de câncer.
— É provável a existência de um laboratório clandestino, que pode ter fraudado mais substâncias — alerta, ao destacar que cada medicamento original custa cerca de R$ 20 mil nas farmácias privadas.
Fabricado pela multinacional Pfizer, o tratamento é comprado e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por alguns planos de saúde
— As caixas detectadas apresentavam erros grosseiros. E foi a partir do relato de pacientes, que estranharam o medicamento, que a polícia começou a investigar o caso — lembra. Caroline ainda frisa que fraudes em medicamentos são “mais comuns do que pensamos”.
O delegado Rafael Liedtke, da Delegacia do Consumidor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), confirma que a principal linha de investigação é a falsificação do remédio. Isso porque o aspecto do medicamento é diferente do original. Conforme o delegado, as numerações dos lotes não foram reconhecidas pelo laboratório. O desafio da polícia agora é descobrir quem seria o fornecedor que entregou os medicamentos falsos.