Um projeto piloto para cuidados paliativos a pessoas que se encontram em estado de saúde terminal foi implantado em Bento Gonçalves. Conforme a Secretaria da Saúde do município, o objetivo do serviço é atender pessoas que sejam diagnosticadas com doenças sem cura e optem por receber tratamento em casa, sem a ajuda de aparelhos. O secretário adjunto da Saúde, Marlon Ponpermayer, explica que o projeto é, principalmente, uma visão moderna de envelhecimento, visto que, de 10 pacientes que receberão os cuidados, nove são idosos.
— A ideia é não abreviar nem prolongar a vida de ninguém. O objetivo é cuidar para que os pacientes se sintam confortáveis e bem cuidados em casa — conta.
Uma equipe multidisciplinar, composta por médico, enfermeiro, dentista, fisioterapeuta, além de assistente social e psicólogo, visita as pessoas conforme a demanda. Ainda segundo a secretaria, no início os profissionais poderão ir até a residência de duas a três vezes por semana e, depois, as visitas poderão ocorrer uma vez a cada mês. Como as equipes contam com profissionais da saúde psicológica, os cuidados se estendem aos familiares que, em caso de morte, também recebem acompanhamento médico.
O projeto ainda prevê a capacitação de um familiar, que receberá um treinamento de um dos profissionais para realizar alguns cuidados práticos, sem que o paciente precise sair de casa e se deslocar até uma unidade de saúde para receber atendimento. Com isso, umas das consequências desse serviço é reduzir o número de internações, o que vai acarretar a liberação de leitos nos hospitais.
De acordo com Ponpermayer, os pacientes que poderão receber os cuidados paliativos são o que recebem atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bento, via Sistema Único de Saúde (SUS). Um médico precisa emitir um laudo, solicitando o serviço domiciliar.
— Com a implantação do projeto, o intuito é oferecer melhor qualidade de vida para o paciente em fase terminal. A vontade dele será sempre levada em conta — afirma.
Três pacientes já estão recebendo as visitas em casa e, conforme o secretário adjunto da Saúde, familiares relatam que a melhora já é visível.