O Centro Obstétrico do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) está superlotado pela segunda vez neste mês, em decorrência da suspensão dos atendimentos na maternidade de outro hospital público da cidade, o Casa de Saúde. O Husm tem capacidade para 10 leitos, mas está abrigando 24. Ou seja, 14 a mais.
A situação começou a se agravar, ainda na madrugada desta sexta-feira (24), conforme o chefe de Gestão de Cuidados do hospital, Salvador Penteado.
_ O cenário é caótico. A situação ficou, é claro, infinitamente pior desde que a Casa de Saúde fechou as portas para os serviços de maternidade.
Por tudo isso, a crescente demanda das últimas horas forçou a direção do hospital a ter de abrigar de forma improvisada as gestantes em macas pelos corredores do Centro Obstétrico.
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Foram retiradas todas as macas disponíveis dos depósitos do hospital para dar conta da demanda. Também estão sendo utilizadas macas de ambulâncias – de prefeituras da região – que trazem pacientes para o Husm em busca de atendimento.
_ A gente tenta, dentro do possível, dar atendimento às gestantes. Mas é claro que está longe de ser o ideal. É uma força-tarefa que envolve a todos. A situação nos deixa, de certa forma, de mãos atadas _ diz Salvador Penteado.
Outro agravante, conforme ele, é que as prefeituras dos municípios da região não estão indo buscar as mulheres que passaram, recentemente, por procedimentos cirúrgicos:
_ Temos pacientes, pelo menos, de Santiago e de São Pedro do Sul que as prefeituras ainda não vieram buscar as pacientes. E, infelizmente, isso acaba tirando o espaço de quem poderia estar aqui recebendo atendimento.
Desdobramento
O Hospital Casa de Saúde está com os serviços suspensos, desde 1º de novembro, depois que os médicos obstetras paralisaram as atividades em função do não pagamentos dos salários. Os atrasos, conforme a direção do hospital, se arrastam desde julho.
O Casa de Saúde e o governo do Estado têm buscado negociação sobre os valores pendentes, que passam dos R$ 2 milhões.