Em coletiva na tarde desta segunda-feira (6), o Ministério da Saúde anunciou que pretende qualificar o atendimento aos idosos na rede pública de saúde do país, com o objetivo de reduzir a perda da autonomia, aumentar o desempenho cognitivo e a sobrevida desses pacientes. Na presença do chefe da pasta, Ricardo Barros, a Estratégia Nacional para o Envelhecimento Saudável prevê mais orientação aos profissionais e gestores de saúde que trabalham com pessoas de 60 anos ou mais, parcela que representa 14,3% da população. As novas medidas devem incentivar um atendimento que priorize avaliação funcional e psicossocial, além dos dados clínicos.
— O envelhecimento saudável é muito mais do que a ausência de doença. A perda das condições físicas e mentais impossibilita o idoso de realizar atividades do cotidiano, o que causa sofrimento para ele e para a família. Reafirmamos a importância de que o cuidado seja multidimensional, organizado por meio de uma linha de cuidado mais ampla, considerando diferentes fatores que influenciam na condição de saúde — afirmou a coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa, Cristina Hoffmann.
O órgão espera que, com as novas diretrizes, o profissional leve em consideração, por exemplo, as necessidades de adaptação ou supervisão de terceiros, a vulnerabilidade social e o estilo de vida do idoso, como alimentação, prática de exercícios e prevenção de quedas. O atendimento será feito por meio da Atenção Básica, porta de entrada para o SUS. Quando necessário, o paciente será encaminhado a unidades especializadas de saúde.
Entre as novidades anunciadas estão um aplicativo para os profissionais de saúde que ajudará a identificar a vulnerabilidade, o foco do acompanhamento e o estado nutricional dos idosos, e a Caderneta da Pessoa Idosa, documento que trará informações do pacientes, que serão inseridas no prontuário eletrônico. Ainda neste ano, a pasta prevê a distribuição de 3,9 milhões de exemplares aos municípios, em um investimento de R$ 2,9 milhões.
A partir de terça-feira (7), o documento com as orientações técnicas da linha de cuidado será colocado em consulta pública, que ficará disponível por 30 dias no site.
Idosos no Brasil
Conforme o ministério, a terceira idade representa 14,3% da população no país — são cerca de 29,3 milhões de pessoas que colocam o Brasil como a quinta maior população idosa do mundo. Desse total, 69,9% são independentes para o autocuidado e 30,1% têm alguma dificuldade para realizar atividades diárias.
Nessa população, doenças crônicas avançam. Atualmente, entre os idosos de 60 a 69 anos, 25,1% têm diabetes, 57,1% foram diagnosticados com hipertensão, além de a maioria estar com excesso de peso (63,5%) e 23,1% com obesidade.
Segundo estimativas, em 2030 o número de brasileiros idosos ultrapassará o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos e representará 41,5 milhões de pessoas, ou 18,7% da população.