A única Unidade de Pronto-Atendimento de São Leopoldo, a UPA Scharlau, passou a restringir atendimento apenas a casos de urgência e emergência a partir desta sexta-feira (10). O motivo é o atraso de mais de dois meses a funcionários, tanto da área médica quanto da área administrativa.
Uma funcionária que preferiu não se identificar relatou à Rádio Gaúcha que, além do atraso dos pagamentos, há escassez de medicamentos e de insumos para atender os pacientes. Falta soro e objetos básicos – assim, o atendimento está restrito porque não há condições de atender a todos. Além disso, devido ao atraso nos salários, funcionários têm dificuldades de se deslocar para o trabalho.
A Futura Saúde, entidade sem fins lucrativos que administra a UPA, afirma que a prefeitura repassa, desde o início do contrato, valores mais baixos do que o previsto. Assim, conforme o procurador-jurídico, Ronaldo Costa Beber, os funcionários sempre tiveram repasses atrasados, e fornecedores chegam a ter atraso de 180 dias. Do total de R$ 12 milhões que deveriam ter sido repassados em um ano, a dívida chegará a R$ 7 milhões no fim do mês – o que impede a UPA de cumprir todos os atendimentos previstos em contrato.
Já o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, alega que a Futura Saúde cumpre menos do que deveria, independentemente de repasses, e que a prefeitura pagou o necessário para atendimentos neste ano. Ele afirma, porém, que há dívidas relativas ao ano passado, já que a UPA ficou três anos fechada e começou a funcionar apenas em abril de 2016.
Conforme o prefeito, a Futura Saúde não pode receber o valor total previsto em contrato, de R$ 1,07 milhão, se não cumpre o serviço. Assim, ele garante que a entidade foi notificada e que a prefeitura prevê uma nova contratação.
Enquanto a UPA tem atendimento restrito, moradores podem procurar atendimento nas unidades básicas de saúde Campina e Scharlau.