A confirmação de que um morador de Sumaré, na região de Campinas (SP), de 52 anos, foi infectado pelo zika vírus por meio de transfusão de sangue deixa em alerta os centros de doações de todo o país.
No Hemocentro do Rio Grande do Sul, a coordenadora Maristela Teixeira afirma que um procedimento de prevenção está em andamento desde o dia 10 de dezembro, quando o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica com orientações sobre a transmissão de zika. Durante a entrevista de triagem, os candidatos a doadores devem responder perguntas sobre viagens a locais de risco de transmissão e se tiveram diagnóstico do vírus.
“Pessoas que vêm de regiões endêmicas ou epidêmicas ficam inaptas por 30 dias para doação. Da mesma forma com pessoas que tiveram diagnóstico clínico ou laboratorial de zika. Elas também ficam impedidas de doar por 30 dias após a recuperação clínica completa”, esclarece a coordenadora.
O Hemocentro está atento a doadores que estiveram nos estados de Pernambuco e Bahia, assim como em países da África e Ásia.
O caso de transmissão por transfusão de sangue foi confirmado pelo Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nesta quarta-feira (16). É a primeira vez que a transmissão é conhecida por outra forma que não por meio do mosquito Aedes aegypti. A identificação do vírus não faz parte dos exames laboratoriais obrigatórios para doadores.
De acordo com o Hemocentro, em março deste ano, um portador do zika vírus percebeu o aparecimento dos sintomas logo após fazer uma doação de sangue. Ele supôs que estava com dengue e teve amostras do sangue coletadas no Hemocentro. O Instituto Adolfo Lutz confirmou a presença do vírus zika.
O Ministério da Saúde afirmou que ainda investiga o caso e não se pronunciou sobre o assunto.