Porto Alegre

Dados de hora em hora
Notícia

Estações que medem qualidade do ar começam a operar em Porto Alegre

Equipamentos são de empresa que foi contratada por R$ 2,9 milhões pela prefeitura

Guilherme Gonçalves

Enviar emailVer perfil
Guilherme Gonçalves / Agência RBS
Estação móvel está no pátio da Smamus, mas será levada para diferentes locais, como eventos e terminais de ônibus.

A prefeitura de Porto Alegre apresentou, na tarde desta segunda-feira (17), cinco estações de monitoramento da qualidade do ar da Capital. O ato aconteceu na sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus). Essas estruturas vão coletar dados e atualizar de hora em hora o nível de poluentes no ar, além de fornecer dados meteorológicos em um raio de dois quilômetros do local onde estão instaladas (veja os pontos mais abaixo)

Quatro estações foram colocadas em locais de alto fluxo de veículos, como na entrada e na saída da cidade, em áreas com densidade populacional expressiva e em bairros com risco de onda de calor identificados pelo Plano de Ação Climática, criado pela prefeitura. Uma quinta estação ficou estacionada no pátio da Smamus. Ela é móvel, e poderá ser deslocada para monitorar o ar em eventos ou em terminais de ônibus, por exemplo.

Os equipamentos têm capacidade para medir poluentes como monóxido de carbono, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio (saiba mais abaixo). Eles também apuram parâmetros meteorológicos de temperatura, pressão atmosférica, chuva, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento e radiação solar. 

Os equipamentos são da JCTM Comércio e Tecnologia, que foi contratada pela prefeitura por quatro anos através de licitação pelo valor de R$ 2,9 milhões, com recursos do Fundo Municipal Pró-Defesa do Meio Ambiente. A empresa também será responsável pela operação e manutenção das estações e pelo fornecimento de relatórios mensais e anuais de monitoramento da qualidade do ar. 

— A partir de agora, temos ferramentas para acompanhar as mudanças na qualidade do ar causadas por alterações nas emissões dos poluentes e, assim, poderemos planejar ações de controle e mitigação, além de avaliar a eficácia dessas ações — explica o secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, que também lidera o Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre. 

— Não fizemos isso no "achômetro". Se trouxer resultado, talvez tenhamos mais uma estação móvel no decorrer do processo. Vamos levar, por exemplo, para os terminais da Azenha e da Antônio de Carvalho. Onde tem muita poluição é onde tem muitos automóveis. Ônibus polui muito, mas estamos renovando a frota e até compramos um elétrico para combater isso — completa o prefeito Sebastião Melo. 

Guilherme Gonçalves / Agência RBS
Interior da estação móvel que vai monitorar qualidade do ar em Porto Alegre.

Os dados podem ser acessados em um site criado pela prefeitura (clique aqui). Para mostrar se a qualidade do ar está boa, a plataforma adotou índices estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Quando a nota é de 0 a 40, significa que a qualidade do ar é "boa". De 41 a 80, é "moderada". De 81 a 120, é "ruim". De 121 a 200 é "ruim"; e quando passa disso a qualidade do ar é "péssima". 

Na tarde desta sexta-feira, em nenhuma das estações que monitoravam a qualidade do ar na Capital passou de 20 pontos

Plano de Ação Climática 

O monitoramento de qualidade do ar faz parte do Plano de Ação Climática, um conjunto de 30 ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na Capital. O objetivo é estabelecer medidas concretas com base no Inventário de Emissões de GEE de Porto Alegre, realizado em 2019, que apontou que 67,7% dos poluentes estão concentrados no setor de transportes. 

— Considerando os resultados do inventário, o monitoramento da qualidade do ar, principalmente em locais com alto fluxo de veículos, irá nos auxiliar na elaboração de estratégias de redução e de ações de mitigação das emissões dos gases de efeito estufa — diz a diretora de Projetos e Políticas de Sustentabilidade, Rovana Reale Bortolini. 

— Estamos trabalhando para, até 2050, construir uma Porto Alegre de baixo carbono, adaptada aos impactos climáticos, justa e que proporcione conexão entre a população e os ecossistemas naturais e urbanos — completa. 

Locais das estações de monitoramento de ar

Poluentes Monitorados

  • Partículas inaláveis finas (MP2,5): partículas muito pequenas presentes na fumaça. Origem: queima de combustíveis, atividades industriais e poeira.
  • Partículas inaláveis (MP10): partículas de poeira, pólen e outras substâncias. Origem: construção civil, ressuspensão de poeira (quando o vento sopra partículas do solo para o ar) e fontes naturais. 
  • Ozônio (O₃): gás incolor formado por reações químicas entre poluentes e luz solar. Mais comum em dias quentes e ensolarados.
  • Dióxido de Nitrogênio (NO₂): gás de coloração marrom-avermelhada. Origem: veículos automotores, processos industriais e usinas térmicas. 
  • Dióxido de Enxofre (SO₂): gás incolor com odor forte. Origem: processos industriais, queima de combustíveis com enxofre e veículos diesel. 
  • Monóxido de Carbono (CO): gás incolor e inodoro. Origem: queima incompleta de combustíveis, principalmente por veículos automotores.
GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Madrugada Gaúcha

03:00 - 05:00