Os trabalhos de recuperação do Aeroporto Salgado Filho já atingiram 40% de conclusão. Nesta segunda-feira (19), os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho, e da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, vistoriaram as obras acompanhados do vice-presidente de operações da Fraport, Edegar Nogueira.
Segundo Nogueira, atualmente está sendo feita a recuperação de um trecho de 1,7 mil metros da pista de pousos e decolagens. É nesta parte que deverá se concentrar maior parte dos 60% restantes das obras de reabilitação do aeroporto.
Também são aguardadas as entregas de equipamentos para concluir os serviços em 16 de outubro, o que permitirá a revisão da estrutura antes de retomar a operação de voos domésticos a partir de 21 de outubro. A concessionária pretende que todos os serviços estejam prontos até esta data.
— Temos 60% do trabalho para concluir nesses próximos 60 dias. Estamos com usinas implementadas dentro do aeroporto para agilizar a entrega. Muitos equipamentos foram recuperados com manutenção, mas alguns precisam ser substituídos. Há outros que precisam chegar, como o de raio X, até o período — apontou Nogueira.
Segundo Pimenta, não haverá antecipação de retomada de voos no aeroporto antes de 21 de outubro. A retomada parcial contará com 128 diários, entre pousos e decolagens. A venda de passagens para voos nacionais começou no dia 9 deste mês.
Já a operação total do aeroporto está prevista para 16 de dezembro, data que também marca o retorno de voos internacionais ao terminal.
Rêgo garantiu que um estudo técnico de reequilíbrio do contrato de concessão do aeroporto, que é um pacto já consolidado, será encaminhado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ao TCU nesta quarta-feira (21). A Fraport estima que o prejuízo total seja de R$ 700 milhões. Posteriormente, o Governo Federal vai decidir se vai liberar recursos do Tesouro para a concessionária.
— Em determinado momento, existiu uma polêmica que já foi superada, ainda quando nos reunimos com o CEO global da empresa. A companhia seguradora já foi acionada, e nesse segundo momento, existe um conjunto de obras que fazem parte da concessão e que já estavam programadas para serem feitas. Após, a AGU vai encaminhar toda a documento ao Tribunal de Contas, para que produzam o estudo necessário para complementação do Tesouro — disse Pimenta.
Questionado, o ministro do TCU não estabeleceu prazo para que o aporte pelo Tesouro ocorra. Rêgo também não estimou valores a serem repassados à concessionária.
— No caso da Fraport, nós temos aqui a questão do seguro, que é uma questão de direito privado entre a empresa concessionária e a seguradora. Temos o processo de reequilíbrio e desse processo vamos saber quanto o Tesouro vai colocar. Nós não temos ainda valores específicos sobre quanto o Tesouro vai aportar — disse.
O terminal da Capital está sem receber voos desde 3 de maio, quando a cidade foi atingida pela enchente. Nos dias seguintes, a pista e o térreo do prédio do aeroporto foram afetados, ficando alagados por cerca de um mês.