O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) limpou 40 quilômetros da rede pluvial de Porto Alegre desde o dia 20 de maio. Conforme o balanço divulgado nesta quinta-feira (4), 500 quilômetros foram afetados pela inundação, o que representa cerca de um quinto da extensão total das redes do município.
A estimativa do Dmae é que o sistema esteja normalizado em até um ano. Na média, um quilômetro foi restabelecido por dia nos últimos 40 dias. Até o dia 7 de junho, 15 quilômetros da rede de drenagem haviam sido restabelecidos. Com a contratação de equipamentos, a velocidade da realização do serviço aumentou. A expectativa é que o trabalho seja ampliado novamente.
— A gente está procedendo com a contratação desses caminhões de alta sucção por um ano. Fora esses caminhões, a gente está incrementando a frota, fazendo um credenciamento de caminhões combinados de hidrojateamento e sucção também por um ano com equipes para agilizar os serviços e acrescentando equipes para limpeza manual. Estamos estimando em um ano porque já estamos precisando retornar alguns locais, onde a gente vê que ainda tem algum material na rua, seja lama, seja areia, seja descartes daqueles itens que as pessoas não conseguiram aproveitar depois da inundação — explica a diretora de Operações do Dmae, Isabel Leon Bacil Costa.
Dois caminhões que combinam sucção e hidrojateamento estão na Zona Norte, dois na Zona Sul e um no Centro. Os equipamentos sugadores possuem capacidade de aspiração mais de 20 vezes superior aos caminhões utilizados na operação permanente da Capital.
O acúmulo de areia, lama e outros resíduos nas redes pluviais prejudica o escoamento da água da chuva das ruas da Capital. As bocas de lobo captam a água da chuva, direcionando para as tubulações, que são acessadas através dos poços de visita - aqueles tampões redondos vistos na rua.
— O que a gente está verificando nesse momento é que as tubulações estão relativamente com poucas obstruções, comparado com a situação que a gente pensou que iria encontrar. E as bocas de lobo estão com bastante material. Em alguns casos tem lama, em outros casos tem areia, dependendo da região da cidade. Na Zona Sul é mais areia, na Zona Norte é mais lama composta por argila, mais espessa, mais coesiva. A gente encontra bastante resíduo nas redes. Então, os trabalhos estão possibilitando a remoção desses materiais para ter um escoamento superficial melhor, um direcionamento melhor da água da chuva — explica Isabel Leon.
Desde o dia 20 de maio, quase 3 mil bocas-de-lobo e poços de visitas foram limpos. O número permite estimar que tenham sido retirados em torno de 1,5 mil a 3 mil metros cúbicos de materiais desses locais. Conforme o Dmae, o descarte correto dos resíduos também é importante para auxiliar no trabalho da limpeza da rede.
— Muitas vezes esse resíduo vai parar não só nas redes pluviais, mas também em arroios, em valas. E tudo isso prejudica o escoamento da água pluvial, da água da chuva. Então é muito importante que a população também tenha consciência que as suas ações são muito importantes para o funcionamento das redes que coletam água pluvial — ressalta a diretora de operações do Dmae.