O Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas, na Região Metropolitana, já está operando com cerca de 50% de ocupação, quatro dias após a abertura. Até a manhã desta segunda-feira (8), 312 pessoas afetadas pela enchente ocupavam o espaço, localizado próximo à Refinaria Alberto Pasqualini. A capacidade total, de 630 pessoas, deve ser alcançada até o dia 15.
Zero Hora esteve no local e registrou a movimentação das famílias. Muitas crianças, ainda sem poder voltar para a escola, utilizavam os corredores para brincar e jogar bola. Parte das 216 casas casas modulares cedidas pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) já está ocupada.
Na casa D35, onde está Maria de Fátima da Silva, 67 anos, os pertences que ela recebeu por doação já foram acomodados. Ela está morando no local com o marido e as três netas desde a última quinta-feira (4). Uma cortina separa a cama do casal da cama das crianças. Balões azuis colocados durante o comemoração do aniversário de 13 anos de uma das meninas ajudam a decorar o ambiente.
— A gente está gostando, está tudo correndo dentro do normal — conta.
Apesar disso, a família, que perdeu tudo na Praia do Paquetá, enfrenta alguns desafios. As casas não possuem aquecimento e, por isso, o frio intenso tem sido um obstáculo durante as noites.
— A gente ganhou um cobertor só para cada cama, então, está bem ruim — reclama.
Após a fala de Maria, o governo do Estado e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), responsáveis pela administração do espaço, afirmaram que há cobertores extras que podem ser solicitados pelas famílias.
Centro de Acolhimento em Porto Alegre
Um outro centro de acolhimento deverá ser aberto nesta semana, na Capital. O espaço localizado no Centro Vida, na zona norte de Porto Alegre, tem inauguração prevista para quarta-feira (10) e capacidade para receber até 700 pessoas.
Na última sexta-feira (5), uma reunião entre a prefeitura de Porto Alegre, o governo gaúcho e a OIM definiu os critérios que serão utilizados para definir os moradores que ocuparão o local. Serão priorizadas:
- Pessoas que se encontram em vulnerabilidade social;
- Pessoas que tiveram suas casas destruídas;
- Pessoas que possuem casas em áreas de risco;
- Pessoas que não estão contempladas em outro programa governamental;
- Pessoas que residem nas proximidades do Centro.