O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, disse em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manha desta segunda-feira (20), que pretende trocar todos os portões de contenção da Capital. Ele foi questionado a respeito do funcionamento do sistema anticheias da cidade e mostrou preocupação com as 14 comportas do Muro da Mauá.
— Primeiro, vou ter de trocar todos os portões de contenção do Muro da Mauá. Segundo, um laudo profundo sobre a questão do Muro da Mauá, é necessário avaliar a extensão do estrago. Em terceiro lugar, aqueles três diques que comentei (um no bairro Sarandi, outro ao lado da Arena do Grêmio e um terceiro junto à Usina do Gasômetro) precisam ser revisados rapidamente, assim como as casas de bomba. Essas são ações que precisamos realizar de forma imediata — afirmou.
O prefeito também comentou sobre a situação do bairro Sarandi, na zona norte da Capital, que teve de ser evacuado em razão do extravasamento do dique do Arroio Feijó.
— Não é só o Sarandi que alaga. O dique vem do Arroio Feijó, que é uma bacia do Gravataí. Tentamos estancar a água. Ele extravasou, mas não rompeu. Esse é um dique que vai ter de ser revisitado. O do lado da Arena rompeu. Esse é outro. O da Usina também. Temos de ter uma revisão que não envolve só Porto Alegre. É um investimento pesado de macrodrenagem. O Sarandi não se resolve só com Porto Alegre — destacou, citando os problemas das casas de bomba, que acabaram colapsando:
— Todas casas de bombas foram construídas em uma cota de enchente que não era essa. Tem o quadro elétrico em cima. A água bate no quadro elétrico. Ela colapsou. Somente agora nós isolamos, limpamos a água e fizemos uma linha direta da CEEE. O sistema de Porto Alegre começa com uma discussão de R$ 5 bilhões. Cada casa de bomba dessa é R$ 30 milhões. É um processo que temos de enfrentar.
Em relação a possíveis falhas na prevenção, Melo lembrou que a maioria dos municípios gaúchos foi afetado pelas águas.
— Houve falha em todo o Rio Grande. A quantidade de água que chegou. Porto Alegre foi duplamente atingida. O mundaréu de água que caiu dos quatro rios. O Sarandi foi alagado, o Ponta Grossa, o Lami e o Belém Novo também. O dique vai até o Cristal. Vou revisitar tudo, naquilo que couber no meu mandato — ressaltou.
Quanto ao futuro, o prefeito de Porto Alegre mirou o foco na limpeza da cidade e na melhoria dos abrigos:
— Vamos trabalhar muito para limpar a cidade. Tem a questão dos abrigos, da transição das pessoas.