A Ilha da Pintada, em Porto Alegre, está com as ruas cobertas de areia depois da enchente. Como baixou o nível da água no Delta do Jacuí e no Guaíba, começaram a ficar visíveis os estragos. Em muitos pontos, passa de um metro a altura da areia na rua. Pelas placas de trânsito, é possível ter a dimensão do problema.
O hidrólogo Fernando Fan, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, afirma que o movimento dos bancos de areia é um fenômeno normal nas enchentes. Durante os grandes eventos de cheias, são transportados os sedimentos, formados por areia, argila e rocha.
O presidente da Colônia de Pescadores Z-5, Gilmar da Silva Coelho, conta que algumas casas foram arrastadas pela correnteza. Devido à interrupção do acesso rodoviário, ele foi de barco à Ilha da Pintada para conferir os estragos. Em alguns pontos, viu morro de areia de dois metros de altura.
— Quase todas as ruas estão com morro de areia. Em outras enchentes, não era assim. Em alguns lugares, acumulava areia, mas em pouca quantidade — recorda Coelho.
De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, aproximadamente sete mil pessoas moram na Ilha da Pintada, a principal do bairro Arquipélago.
