A enchente que atinge o Centro Histórico de Porto Alegre afeta o funcionamento de uma série de serviços, como é o caso do transporte coletivo. Os ônibus que antes tinham como referência os terminais Rui Barbosa e Parobé passaram a fazer uso de paradas provisórias.
Uma delas fica completamente às escuras durante à noite devido à falta de energia elétrica em parte da região. A parada está localizada na Praça Dom Feliciano, próximo ao Complexo Hospitalar da Santa Casa. A reportagem foi até o local nesta terça-feira (14) e se deparou com um cenário de completa escuridão.
Faróis e letreiros de ônibus iluminam de maneira limitada as paradas, que servem para embarque e desembarque de passageiros.
Quem desce dos coletivos passa a caminhar rapidamente em busca de um lugar mais seguro. Já quem aguarda não tem outra escolha a não ser esperar, mas mantendo um olhar preocupado para todos os lados.
— Não está escrito na testa quem é quem, né? O cara está correndo atrás, trabalhando, aproveitando o dia, mas tem esse problema. A gente depende de condução — diz o pintor Sérgio Marques.
Em um breve contato com outros passageiros que estavam no terminal, GZH obteve mais depoimentos:
— A gente tem medo de ser assaltado — disse um jovem que pega ônibus no local todos os dias rumo à Avenida Assis Brasil, na zona norte da cidade.
— Já tá um caos, né. A gente entende, em meio a tudo isso, o cenário que está, mas deixar a população nessa escuridão... eu ainda saí cedo hoje, mas amanhã? Queremos uma resposta da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), da prefeitura. É assim que eles vão deixar a gente até baixar a água? — desabafou um universitário que estuda na região.
Enquanto a reportagem era preparada, uma viatura da Força Nacional de Segurança Pública apenas passou pelo local.
A Brigada Militar e a EPTC foram contatadas em busca de um posicionamento, mas não se manifestaram até a publicação desta matéria.