Diante da estabilidade do nível da água e até mesmo do aumento em alguns pontos da região, moradores do Sarandi, na zona norte de Porto Alegre, estão há 25 dias com casas inundadas. Devido à situação, parte deles realizou um protesto, na tarde desta segunda-feira (27), em busca de soluções para o bairro — um dos mais afetados pela enchente na Capital.
A manifestação, que reuniu cerca de 120 pessoas, teve início na Avenida Assis Brasil, no cruzamento com a Avenida Francisco Silveira Bitencourt, às 16h30min. Posteriormente, o grupo seguiu em direção ao cruzamento com a Avenida Sertório, trecho onde houve bloqueio total.
Equipes da Brigada Militar e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) estiveram no local para orientar o trânsito na região. O protesto foi encerrado por volta das 18h40min.
Moradora da Avenida 21 de Abril, Thaís Feitosa, 27 anos, perdeu tudo durante a enchente e está vivendo em um abrigo da Zona Norte. Assim como outros moradores da região, ela cobra ações do poder público para solucionar os problemas no bairro.
— Nossas casas estão com água até o telhado. O prefeito esteve ali uma vez e teve a coragem de dizer que o dique do Sarandi não rompeu, sendo que houve rompimento sim. Eles não aparecem e não apresentam soluções. Só queremos nossas casas de volta — disse.
Jean Rodrigues, 46, perdeu a casa e a barbearia em que trabalhava no bairro. Segundo ele, que está fora de casa desde o dia 4, o protesto desta segunda-feira foi a única maneira de tentar chamar a atenção da prefeitura.
— A minha paciência e dos moradores já acabou. É um protesto pacífico e precisamos de soluções. O Ministério Público precisa acompanhar isso e intervir. A prefeitura não faz nada pelo Sarandi — lamentou.
Há previsão de novas ações dos populares ao longo dos próximos dias.
Zona Norte segue muito afetada
Em Porto Alegre, além do Sarandi, seguem ainda com água as regiões do Centro Histórico e do Quarto Distrito. Na Vila Farrapos, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) ainda trabalha na instalação de uma bomba flutuante, vinda de São Paulo, para auxiliar na retirada da água.
No Sarandi, três dessas bombas estão em funcionamento. Porém, ruas ainda estão alagadas há 25 dias. Em alguns pontos, o nível da água ultrapassa os dois metros de altura.