Quem circular pelos pavilhões do South Summit Brazil na quinta-feira (21) vai encontrar adolescentes concentrados e ansiosos por subirem ao palco The Next Big Thing para apresentar suas propostas inovadoras na grande final do HackaTchê 2024. Iniciado em 2022, junto à primeira edição do evento, o HackaTchê reúne estudantes e docentes da rede estadual para pensar soluções para problemas relacionados com os Objetivos de Desenvolvimento Social (ODS), proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU). A edição deste ano vai contar com novidades e um número recorde de inscrições. Em comparação com 2023, a procura das escolas aumentou 112%.
Agora, dividida em duas categorias: a HackaTchê Robotics, voltada para os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, e a HackaTchê Bussiness, que terá sua grande final dentro do South Summit Brazil, com a apresentação dos pitches dos três projetos classificados. O aumento das inscrições confirma a importância de propostas voltadas para a inovação entre jovens estudantes. Para a diretora de Formação, Tecnologia, Inovação e Protagonismo da Secretaria de Educação (Seduc), idealizadora e gestora do HackaTchê, Naomy Oliveira, a diversidade de temáticas dos projetos reflete a realidade das diferentes regiões do Estado:
— As ideias estão muito conectadas à rotina dos estudantes. Por conta das escolas agrícolas, o tema do agro é muito forte e também as questões ligadas à sustentabilidade. Tudo isso pensando na escola e nas mudanças que podem ser trazidas para quem faz parte dela.
O aumento da procura das instituições revela um interesse cada vez maior por parte dos alunos e professores em se envolverem com propostas inovadoras e incentivar o empreendedorismo e a criatividade para ir além da sala de aula.
— Percebemos que a participação no HackaTchê impacta o caminho dos estudantes participantes. A equipe vencedora do ano passado foi incubada por empresas parceiras do concurso e esse ano vão participar do South Summit Brazil com outra experiência, já como empresários buscando novos investidores para suas propostas — conta a diretora.
Experiência
Ela refere-se à equipe Conexão Emocional, da Escola Estadual de Ensino Médio Fernando Ferrari, localizada na cidade de Campo Bom, que criou um aplicativo que oferece suporte para os estudantes em situações de crises de pânico e ansiedade.
— O trabalho deles veio por conta de uma demanda que tínhamos dentro da escola quando os alunos retornaram da pandemia. E eu vejo isso como muito saudável, essa necessidade de que eles enxerguem o outro. Não adianta querer resolver o problema do mundo e não resolver o problema do seu universo — relata a diretora da instituição, Maristela Brentano.
Os alunos Arthur de Lima, Laura Heberle de Morais e Geovana Moura Cesar, todos com 17 anos, viveram emoções fortes diante do público e, apesar do nervosismo típico das estreias, conseguiram aproveitar a oportunidade de mostrar sua criação em um dos maiores encontros de inovação da América Latina.
— Quando subi no palco e percebi que todos estavam prestando atenção na nossa proposta, foi uma sensação muito boa, um momento único – lembra Arthur, que ficou responsável por representar a equipe no pitch final.
Já Laura e Geovana tiveram a responsabilidade de construir a apresentação de forma que ela fosse atrativa e fizesse jus à ideia da equipe. Mais que impressionar os jurados, as garotas buscaram uma forma de apresentar com clareza os principais objetivos do projeto.
— O Arthur fez vários testes para que pudéssemos ir melhorando. Quando ele subiu no palco, nós assistimos a melhor versão. Fiquei muito feliz e aliviada que conseguimos mostrar o melhor do nosso projeto – lembra Geovana, que dividiu com Laura a rodada de perguntas da banca de jurados, que incluía a empresária Luiza Trajano, da Magazine Luiza.
— Estávamos nervosas para responder da melhor forma aos jurados. Mas, quando acabou, ficamos aliviados que esclarecemos todas as dúvidas e saímos dali confiantes da vitória – afirma Laura.
Agora, o trio prepara-se para chegar ao South Summit Brazil 2024 com a experiência de quem já encarou uma plateia lotada e parece ter tomado gosto pelo mundo da inovação.
— Passar por todo o processo me trouxe a segurança de realizar uma apresentação, mas também mostrou que tenho interesse em questões ligadas à inovação e com a interação com pessoas. É um dos pontos que me vejo atuando no futuro — avalia Arthur.