Em depoimento à CPI da Câmara de Vereadores de Porto Alegre nesta quinta-feira (7), o secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre, Germano Bremm, afirmou que os serviços de poda preventiva e emergencial da CEEE pioraram após a privatização. O representante do governo Sebastião Melo lembrou que a CEEE pública também apresentava deficiências, mas que, em relação ao manejo de vegetais, houve prejuízo com a chegada do Grupo Equatorial.
— Em função desta modificação abrupta, do público para o privado, não se capacitaram quadros para se operar na vegetação. Há uma necessidade de se ampliar esses quadros como era feito pela CEEE pública. Tinha problemas anteriormente na CEEE pública, tem problemas agora ainda na CEEE privada, no entanto, este ponto da arborização era melhor equalizado. A gente espera que com a CEEE privada se melhore o manejo na vegetação, não só emergencial, mas também preventiva — disse Bremm.
Antes dele, depôs à CPI da CEEE Equatorial o secretário de Serviços Urbanos da Capital, Marcos Felipi Garcia. Ele criticou a atuação da empresa de energia elétrica nos dias seguintes à tempestade que atingiu Porto Alegre em 16 de janeiro. Conforme Garcia, a concessionária não tinha equipes suficientes para responder ao episódio.
— Do ponto de vista da concessionária, sentimos falta de equipes, nos primeiros dias, principalmente do manejo de galhos para retorno da energia. Sabemos que o impacto foi maior, e que a concessionária foi demandada. Mas do ponto de vista da arborização, a gente sentiu que faltaram equipes nos primeiros dias, o que impediu a religação da energia — disse Garcia.
O secretário acrescentou que a prefeitura percebeu equipes da CEEE Equatorial disponíveis para avaliar os danos, mas não para executar os reparos emergenciais necessários.
— Faltaram equipes para executar: religar energia e retirar algum vegetal. A concessionária não tinha o número de equipes suficiente. A partir do quarto ou quinto dia esse número começou a aumentar — afirmou Garcia.
Na próxima semana, devem depor à comissão os representantes da Defesa Civil e do Dmae. O depoimento do presidente da CEEE Equatorial, Riberto Barbanera, está previsto para 11 de abril.
Cronograma da CPI
Serão ouvidos representantes das seguintes entidades, órgãos e empresas:
- 7 de março: secretarias municipais de Serviços Urbanos e do Meio Ambiente de Porto Alegre
- 14 de março: Defesa Civil e Dmae
- 21 de março: Procon de Porto Alegre e sindicato dos eletricitários e sindicato dos engenheiros do Rio Grande do Sul
- 28 de março: Agergs e Aneel
- 4 de abril: comunidades impactadas e movimento Edy Mussoi de Defesa do Consumidor
- 11 de abril: presidência da CEEE Equatorial e ex-presidente da CEEE Gilson Carrion
- 18 de abril: assessoria de Relações Institucionais, superintendência técnica e diretoria de Recursos Humanos da CEEE Equatorial
- 25 de abril: data reservada para oitivas oriundas de novas convocações e demais atividades necessárias
- A Fepam também deve falar à CPI, mas ainda não há data definida.
Outras datas reservadas para análise de evidências e elaboração do relatório:
- 2 de maio: análise das evidências coletadas, preparação de relatório preliminar e com conclusões preliminares, discussão e revisão do documento entre a presidência e a relatora da CPI, além de continuidade das investigações, a partir das conclusões e apontamentos do relatório preliminar, convocação de novas testemunhas ou obtenção de mais documentos, se necessário
- 9 de maio: elaboração de relatório final e revisão e discussão do documento entre a presidência e a relatora da CPI
- 16 de maio: apresentação do relatório final, debate sobre as conclusões e recomendações do texto e votação do documento da CPI
- 23 de maio: divulgação do relatório final e encerramento da CPI, além de um possível encaminhamento de recomendações para autoridades competentes