Quase 45 dias após a tempestade que derrubou árvores e postes e deixou milhares de pessoas sem energia em Porto Alegre, a prefeitura e a CEEE Equatorial ainda não finalizaram o acordo que busca tornar mais claras as regras e responsabilidades quanto à poda de árvores na Capital.
Nesta quinta (29), representantes da concessionária e do Executivo municipal voltaram a se reunir na sede do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) e discutiram como vai funcionar o plano de trabalho. Agora, falta a formalização — que deve ocorrer nas próximas semanas.
No encontro, foram apresentadas regras, prazos e zonas de atuação de cada parte na poda e manutenção das árvores da Capital. A prefeitura e a Equatorial, junto ao MP-RS, dividiram a cidade em 15 áreas, com prioridade para pontos de maior risco.
Entre elas, estão locais onde há estações de bombeamento do Dmae, instituições de saúde e também as regiões mais afetadas pela tempestade de 16 de janeiro. Nesses pontos, as duas partes se comprometeram a realizar uma força-tarefa para identificar problemas e agir de forma preventiva ou emergencial.
— O mais importante é que vamos trabalhar com providências concretas. Teremos um trabalho trimestral nessas regiões, ou seja, as pessoas vão conseguir ver resultados. São metas de ação com prazo e zonas delimitadas. Falta apenas formalizar — destaca o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, Felipe Teixeira Neto, que conduziu a reunião.
Também foi acordado, previamente, que a concessionária poderá intervir em galhos e árvores que tocam e impactam diretamente na rede elétrica. Nos próximos dias, deve ser realizado um novo encontro para chegar a uma definição sobre o tema.
Participaram da reunião o diretor de Energia da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Rodrigo Martins Huguenin, o secretário municipal de Serviços Urbanos de Porto Alegre, Marcos Felipi, e representantes da CEEE Equatorial. O prefeito Sebastião Melo e o diretor-presidente da concessionária, Riberto Barbanera, não estiveram no encontro.
As discussões tiveram início após o temporal de janeiro, que causou cerca de 3 mil ocorrências de quedas de árvores e galhos em Porto Alegre e deixou mais de 600 mil clientes da CEEE Equatorial sem luz.