Uma refeição comum para os brasileiros está pesando mais no bolso neste começo de 2024. É que conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), arroz, feijão, tomate e batata ficaram entre as maiores altas da cesta básica de Porto Alegre no primeiro mês do ano. Os dados constam no levantamento publicado nesta terça-feira (6).
Ao menos a carne, item importante para complementar este prato, apresentou leve redução no mês: -0,87%. Com isso, a cesta básica de Porto Alegre fechou janeiro 3,21% mais cara do que em dezembro. Em 12 meses, a inflação do conjunto é de 4,47%.
A alta da cesta básica na Capital foi puxada, principalmente, pela batata. O alimento teve inflação de 30,43% entre dezembro e janeiro. Em 12 meses, o tubérculo já soma 36,67% de elevação no preço. Arroz, feijão e tomate tiveram altas parecidas, de cerca de 12%.
Conforme o relatório do Dieese, entre as 17 capitais pesquisadas, o preço da batata aumentou em todas da região Centro-Sul. Para o departamento, a inflação está relacionada a diminuição da oferta do produto. E essa redução de oferta "pode ser explicada pelo excesso de chuvas", aponta o documento.
Em relação as demais partes do prato, o arroz teve alta relacionada "a menor oferta, devido aos baixos estoques provocados pelo volume exportado, que fez subirem os valores médios do grão no varejo".
O feijão teve redução de área plantada e mesmo com a menor demanda no período de férias, os preços no varejo aumentaram. Em relação ao tomate, o Dieese credita a inflação "a menor oferta do fruto no varejo".
No total, entre os 13 itens pesquisados, sete subiram seu valor e seis caíram de preço. Entre as quedas, houve quase uma estabilidade, com variações inferiores a 1%. A exceção foi a banana, que caiu 3,08%.
A quarta mais cara do país
De acordo com o levantamento, a cesta básica de Porto Alegre fechou janeiro custando R$ 791,16. O valor representa 60,57% do salário mínimo atual, de R$ 1.412. A Capital ficou em quarto lugar entre as 17 pesquisadas pelo Dieese. Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro lideram, respectivamente. Já a cesta mais barata é a de Aracajú, capital do Sergipe.
A pesquisa ainda busca mostrar qual seria o salário mínimo necessário para o sustento de uma família brasileira. Em janeiro, o valor ficou em R$ 6.723,41, ou 4,76 vezes o mínimo.