A vilã da vez da cesta básica é a batata inglesa, cuja alta forte no preço tem inquietado leitores da coluna. O preço do quilo tem variado entre R$ 7, em promoção, até mais de R$ 11 nos supermercados. É muito acima dos valores aos quais o consumidor está acostumado e supera o da batata doce, que tradicionalmente é mais cara.
A elevação também já aparece nas pesquisas. Em dezembro, segundo o Dieese, a batata subiu quase 19% em Porto Alegre. Já em janeiro agora, conforme a pesquisa de inflação da Fundação Getúlio Vargas, houve novo aumento médio de 16%. O alimento foi a terceira maior pressão sobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) do mês passado, atrás apenas de reajustes de mensalidades escolares.
O motivo é o clima nas regiões produtoras. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), identificou alta em todos os atacados pesquisados no país. A safra no Sul atrasou porque as cheias adiaram o plantio, enquanto o excesso de chuva também atrapalhou a colheita no Paraná e em Minas Gerais. Ou seja, houve redução de oferta, o que tradicionalmente eleva preço.
Porém, com o arrefecimento da chuva nas últimas semanas, a colheita acelera agora em fevereiro. No atacado, já começa, portanto, a aparecer uma queda no preço da batata, tão presente na mesa do consumidor, do dia a dia ao churrasco de domingo. Aliás, outros alimentos tiveram comportamento bastante semelhante provocado pelo El Niño, como foi o exemplo da melancia.
É assinante mas ainda não recebe a cartinha semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna