A prefeitura de Porto Alegre vai entregar uma lista com solicitações para a CEEE Equatorial sobre o atendimento da empresa ao Departamento Municipal de Água Esgotos (Dmae). As informações foram detalhadas pelo prefeito Sebastião Melo em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta quinta-feira (4). O pedido deve ser feito em reunião com a direção da companhia.
Segundo Melo, o departamento técnico do Dmae prepara um protocolo de contingência para a Equatorial. Nesse documento, será solicitado o destacamento de equipes para atendimento ao departamento em situações emergenciais — como a chuvarada da terça-feira (2) que causou alagamentos em diversos pontos da cidade, agravados pela falta de energia em uma casa de bombas. A CEEE, no entanto, nega responsabilidade sobre esta situação e afirma que a queda de luz foi causada por um problema interno.
O protocolo a ser proposto pelo Dmae também deve contemplar a instalação de redes de dupla alimentação de energia nas estações de tratamento de água (ETAs), para que uma trabalhe como reserva da outra em caso de queda, além da criação de um sistema de acionamento mais ágil da CEEE Equatorial pelo departamento.
— Hoje, nós somos mais um cliente da CEEE, não há um protocolo específico para o Dmae. Não concordo que a empresa atenda a todas as ocorrências e o Dmae (em mesmo nível). É preciso ter um acionamento mais rápido — explicou o prefeito.
Aluguel de geradores
Melo confirmou que a prefeitura alugou seis geradores para atender a Estação de Tratamento de Água Belém Novo, que atende áreas de maior altitude, como o bairro Lomba do Pinheiro. Conforme o prefeito, o custo será de R$ 2,6 milhões durante 90 dias. A instalação dos equipamentos foi um pedido feito pelo Dmae à CEEE durante episódios de falta d'água no final de dezembro.
— Eu vou sentar para falar com a CEEE sobre isso. Eles acham que o caminho não é pelos geradores, mas nós temos entendimento de que pode ajudar muito quando falta energia — ressaltou.
Questionado sobre a possibilidade de acionar a Justiça contra a empresa responsável pelo abastecimento de energia elétrica, o prefeito afirmou:
— Judicialização não é a solução. Vamos esgotar todo o diálogo possível. É um período de criar soluções. A CEEE é uma prestadora de serviços e o Dmae é o maior cliente dela, com uma conta de R$ 110 milhões por ano, então vou dizer: "Temos aqui uma conta de R$ 2 milhões (relativa aos geradores), então vamos abater disso".
