O Conduto Álvaro Chaves, que atende os bairros Moinhos de Vento, Auxiliadora, MontSerrat, Rio Branco, Bela Vista, Higienópolis, São Geraldo, Floresta e Navegantes, não está conseguindo bombear água para o Guaíba por causa das chuvas e da consequente elevação do nível do lago. O local se encontra isolado pela prefeitura e a situação pode piorar.
As informações foram trazidas por Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, durante o programa Gaúcha+ desta segunda-feira. Segundo Melo, as casas de bombas estão funcionando normalmente, mas o nível do Guaíba faz com que a água seja impulsionada de volta ao sistema de drenagem. Às 15h desta segunda-feira (20), o nível era de 3m20cm, a maior medida desde 1941.
— As cinco ilhas possuem a situação mais grave — diz o prefeito. Nesses locais, a prefeitura trabalha para remover os moradores de áreas de risco e levar para abrigos, onde pelo menos 40 pessoas já estão recebendo atendimento. Melo explica que uma das dificuldades vem sendo convencer os moradores a deixarem as suas casas:
— Quando fomos distribuir comida, os moradores falaram que queriam acampar na região. Eu faço um apelo: não façam isso gente! Vocês estão na beira da estrada, pode dar um acidente. Eu sei que é difícil vocês deixarem o local, mas a vida em primeiro lugar.
Além das ilhas e da região do Conduto Álvaro Chaves, a avenida Farrapos e os bairros Ponta Grossa e Guarujá, na Zona Sul, já enfrentam problemas causados pela enchente.
Melo alerta que, segundo a Defesa Civil, o volume de água do Guaíba tende a aumentar nesta segunda (20) — na quarta-feira (22) deve voltar a chover. O vento, que atualmente está auxiliando no escoamento, pode mudar e piorar a situação.
O que é o Conduto Álvaro Chaves
A obra é considerada a maior estrutura de drenagem de Porto Alegre. Foi iniciada em 2005, concluída em 2008 e tem 15 quilômetros de extensão, contemplando os bairros Moinhos de Vento, Auxiliadora, Mont'Serrat, Rio Branco, Bela Vista, Higienópolis, São Geraldo, Floresta e Navegantes.
Em fevereiro de 2013, o conduto foi rompido em dois pontos e o asfalto cedeu na rua Coronel Bordini, após uma chuva de 69 mm. Outro trecho rompeu em 28 de outubro, na rua Doutor Timóteo, próximo à avenida Cristóvão Colombo. Entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, a obra foi reparada.