Um morador de Canoas, na Região Metropolitana, capturou o momento em que seu vizinho improvisou uma geladeira como embarcação para sair de casa na quarta-feira (4). As informações são do portal g1.
A Praia do Paquetá, onde eles residem, ficou submersa devido ao aumento do nível do Rio dos Sinos, causado pelas recentes chuvas, resultando no alagamento das casas. Os moradores encontraram-se isolados e tiveram que recorrer a barcos e caiaques para se deslocarem.
O vídeo foi gravado por Nelson Valdir Braga e mostra Alinor Antunes Magalhães, 40 anos, morador da região há aproximadamente cinco anos. Ele relata que os alagamentos são frequentes e que, geralmente, utiliza um caiaque em situações como essa, mas que a embarcação que possui não está em condições adequadas.
Por isso, ele criou uma solução improvisada, amarrando boias à geladeira para usá-la como caiaque. Na gravação, Magalhães se acomoda dentro dela e utiliza remos.
— Aí, nós vemos o estado que nós estamos hoje — diz Magalhães.
Segundo o Escritório de Resiliência Climática de Canoas (Eclima), que está ligado à administração municipal, o nível do Rio dos Sinos superou a marca de inundação, de 2m40cm. Como resultado, o rio transbordou, provocando inundações nas comunidades ribeirinhas, incluindo a Praia do Paquetá. Além disso, a água ficou represada, mantendo a região alagada.
— Canoas é o último estágio da bacia do Rio dos Sinos antes de desembocar no Guaíba. Começa em Caraá. Canoas é um planalto. Formamos meio que um bolsão. Se a chuva está uniforme no Estado e o Guaíba está cheio desse jeito, forma um represamento em Canoas. Forma uma parede de água e a água não desce. Esse é o maior problema: a água precisa escoar — explica o secretário-chefe do escritório, Aristeu Ismailow.
Ele esclarece que a condição enfrentada pela comunidade da Praia do Paquetá é, de fato, repetitiva, e acrescenta que algumas casas foram erguidas em palafitas porque os residentes estão habituados a essa realidade.
A prefeitura colocou à disposição dois abrigos públicos para acomodar os habitantes. Devido ao temor em relação a possíveis furtos em residências desocupadas, foram realizadas iniciativas humanitárias na área, envolvendo a distribuição de cestas básicas, kits de higiene e água potável por meio de caminhões-pipa.