A prefeitura de Porto Alegre mobilizou equipes para atuar em possível inundação decorrente da elevação do nível das águas do Guaíba. Os pontos de maior atenção são o Arquipélago e o extremo-sul da cidade, sobretudo os bairros Lami e Ponta Grossa.
No final da tarde, o prefeito Sebastião Melo se reuniu com os integrantes da Comissão Permanente de Atuação em Emergência (Copae), integrada por órgãos municipais e estaduais. Também participaram do encontro, no Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic), representantes da Brigada Militar, Ministério Público, Corpo de Bombeiros e secretários municipais. A BM colocou dois barcos à disposição para auxiliar no trabalho nas ilhas.
Mais cedo, a Defesa Civil já havia emitido um alerta preventivo, em razão do escoamento das águas que provocaram devastação no Vale do Taquari e alagaram cidades no Vale do Caí.
O prefeito relatou que os ribeirinhos já foram abordados e comunicados sobre a possibilidade de precisarem deixar as residências.
— Já conversamos com as pessoas e dissemos: "Olha, vocês podem chegar a um momento de ter que sair de suas casas". Temos um colégio estadual na Ilha dos Marinheiros que já foi reservado (para abrigo), então nosso ponto é ali. Se outros espaços forem necessários, a prefeitura também tem — garantiu Melo.
O prefeito disse ainda que estão sendo monitoradas as áreas de risco e os arroios que cortam a cidade.
Conforme a Defesa Civil, o nível da água no Cais Mauá, na última medição, é de 2,16 metros. A cota de alerta é de 2,5 metros e a de inundação de 3 metros.
— A situação ainda é confortável, digamos assim. Temos sim acúmulo de água em vias públicas, mas não temos desabrigados nem desalojados. Estamos com estrutura pronta para acolhimento nas ilhas e tem um outro kit de abrigagem pronto em caso de necessidade para atender a população no sul da cidade — afirma o diretor-geral da Defesa Civil Municipal, coronel Evaldo Rodrigues.
Ciclovia interditada
A prefeitura da Capital também determinou a interdição de toda a extensão da ciclovia da Avenida Ipiranga, desde a Borges de Medeiros até a Antônio de Carvalho. A decisão foi tomada após a queda de parte do talude do Arroio Dilúvio no trecho próximo à Avenida Silva Só e o bloqueio de um outro trecho, perto da PUCRS. Outro trecho, próximo ao Planetário, está bloqueado desde julho.
Melo determinou uma inspeção em toda a ciclovia para verificar a possibilidade de liberações parciais.
— Quero que alguém me diga quais partes podem ser liberadas ou se nada pode ser liberado — determinou o prefeito.
Doações
Sebastião Melo também convocou os moradores da Capital a se engajarem na campanha de doações para os municípios atingidos pela enchente. São solicitados material de higiene e de limpeza, cobertores, produtos de cama, mesa e banho, colchões e água.
A partir desta quinta-feira (7), dois pontos de coleta de doação serão abertos, das 9 às 16h, sob coordenação do gabinete da primeira-dama, Valéria Leopoldino.
São eles:
- Centro Administrativo Guilherme Socias Vilella - Rua Gen. João Manoel, 157 - Centro Histórico
- Sede da Defesa Civil - Rua Dr. Barcelos, 1.691 – Bairro Tristeza