GZH acompanhou a simulação de uma escolta de órgão para transplante. O trajeto realizado na quinta-feira (22) partiu do Aeroporto Internacional Porto Alegre Salgado Filho, na zona norte de Porto Alegre, com destino ao Hospital Dom Vicente Scherer, localizado no Complexo Santa Casa, no Centro Histórico.
A ação contou com duas viaturas e oito batedores da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que concluíram o trajeto em pouco mais de 15 minutos — passando por algumas das principais avenidas da Capital, como Sertório, Castelo Branco e Mauá.
— A simulação atendeu a nossa expectativa, que era de economizar cerca de 10 minutos no tempo total do percurso — disse o diretor-presidente da EPTC, Pedro Bisch Neto.
Ele salientou, ainda, que é dever da empresa pública garantir a fluidez e a segurança no transporte dos órgãos.
De acordo com o cirurgião e urologista da Santa Casa, Fabian Pires, a escolta é fundamental para a operação de transplante como um todo, já que órgãos como o pulmão e o coração precisam ser removidos e implantados em até quatro horas.
— Ganhar tempo em cada etapa do transporte é imprescindível. Se economizarmos dois minutos a cada semáforo vermelho, considerando 10 semáforos, por exemplo, são 20 minutos preciosos para a equipe médica que realiza a cirurgia e, claro, para quem recebe o órgão — reitera.
O coordenador da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, Ricardo Ruhling, explica que é feito um planejamento, horas antes, junto aos órgãos de trânsito para que a escolta ocorra da forma mais rápida e organizada possível, especialmente quando a operação envolve o transporte entre cidades do interior do Estado.
Números de transplantes e de escoltas
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, ao todo, 424 transplantes foram realizados entre janeiro e agosto deste ano. Ainda conforme a pasta, os dois tipos de órgãos com maior número de procedimentos realizados neste período foram rim, com 306 operações, e fígado, com 85.
No Rio Grande do Sul, os hospitais que realizam operações de transplante de órgãos são o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a Santa Casa de Misericórdia e o Instituto de Cardiologia, todos na capital gaúcha.
A EPTC divulgou que já foram realizadas 20 escoltas de órgãos para transplantes na Capital em 2023 — um aumento de 36% em relação a 2022, reflexo do crescimento de doações de órgãos em todo o Rio Grande do Sul, que registrou a mesma alta.