O Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô-RS) e a Trensurb firmaram acordo coletivo nesta sexta-feira (25), durante reunião no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), sob mediação do desembargador Ricardo Hofmeister Costa. O acordo vale por dois anos e prevê reajuste de 3,45% nos salários dos trabalhadores, entre outras demandas (saiba mais abaixo).
Com isso, a categoria decidiu suspender a paralisação prevista para ocorrer durante todo o sábado, começando já à meia-noite desta sexta (25). A data marca o início da 46° edição da Expointer, em Esteio, e o trem é uma das principais alternativas de locomoção de visitantes até a feira.
O presidente do Sindimetrô-RS, Luis Henrique Chagas, avaliou que o índice fica abaixo do necessário para o período, mas reconheceu o esforço para chegar ao acerto.
— O acordo demonstra que os metroviários reconhecem onde a empresa pode chegar, onde o governo pode chegar. Ficou a garantia, e isso é importante para 1º de maio do ano que vem, a garantia da recomposição e a inclusão desse percentual que ficou para trás agora. Reconhecemos o avanço da proposta, nós sabemos do transtorno que causaria uma paralisação na Expointer, e por unanimidade, foi aprovada a proposta da empresa em uma assembleia bastante representativa, com mais de 200 trabalhadores — avaliou.
O presidente da Trensurb, Fernando Marroni, alegou que o governo federal chegou a um limite quanto as estatais, mas que o acordo é importante para o momento.
— Nesses parâmetros estabelecidos para todas as estatais, avançamos nas cláusulas e esperamos a compreensão da categoria para esse momento. O importante é que não se prejudique esse momento da abertura da feira, muito importante para todos nós e, principalmente, para a população que depende do trem para chegar na Expointer — afirmou.
Demandas
O índice de 3,45% aprovado corresponde às perdas salariais do período revisado, retroativo a primeiro de maio de 2023. Anteriormente, a Trensurb propôs 3,06% de correção, mas a categoria reivindicava valor superior.
Outro termo incluído no acordo desta sexta resolve um impasse que envolvia o reconhecimento da empresa entre os cargos de agente de segurança metroviária e segurança privada. Também foi garantida a reposição integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para o período 2024/2025, além de um reajuste de 22,62% no tíquete-alimentação dos trabalhadores, hoje em R$ 1.355,83, e a manutenção de todas as cláusulas sociais.
A categoria também reivindica a remoção da empresa do Programa Nacional de Desestatização (PND). As negociações serão retomadas na segunda-feira (28), na sede do TRT-4.
Durante o encontro no TRT4, a advogada Paula Nóbrega, representante da Secretaria de Mobilidade do Ministério das Cidades, afirmou que os estudos sobre o futuro da Trensurb serão retomados pelo governo federal. Atualmente, o processo de privatização está suspenso.