A obra emergencial em uma rede de esgoto cloacal em trecho da Avenida Praia de Belas, localizado na altura da Fundação Pão dos Pobres, em Porto Alegre, obrigou a prefeitura a desviar os resíduos para dentro do Arroio Dilúvio. Cerca de 800 litros de esgoto por segundo passam pela rede em questão.
— Como este canal está passando por esta manutenção, a gente tem que, infelizmente, despejar ele no Arroio Dilúvio — revela Maurício Loss, diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
Apesar de admitir o despejo do esgoto no Dilúvio, a prefeitura de Porto Alegre diz que não há, no momento, um plano de contenção para tentar atenuar eventuais danos ambientais ao arroio ou mesmo ao Guaíba. A administração municipal estima que o reparo se estenda ainda por até 20 dias, período em que os resíduos seguiriam sendo direcionados ao curso d'água que acompanha a Avenida Ipiranga.
Idade da rede é provável causa
A tubulação com problema foi construída em 1970, possui 1m20cm de diâmetro e é feita de concreto, com juntas de aço. Ela é responsável por enviar o esgoto cloacal da Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE) Baronesa do Gravataí até a EBE Ponta da Cadeia, perto da Usina do Gasômetro. De lá, o fluxo é encaminhado à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Serraria, na Zona Sul.
Na sexta-feira (11), parte do asfalto desabou no sentido bairro-Centro da avenida. Desde então, a prefeitura trabalha nos reparos na rede. A área está sinalizada e o transporte público vindo da Zona Sul foi desviado para outras ruas.
Quem passa pelas imediações do Pão dos Pobres percebe a sinalização e o buraco na via. Como o problema ocorre em uma rede de esgoto, o abastecimento de água não é afetado.
O diretor-geral do Dmae acredita que a situação possa ter sido causada pela idade da rede:
— Por já ter 50 anos, tem o seu desgaste natural e algumas paredes estão um pouco fragilizadas. Por vezes, há um excesso de vazão ou rompimentos, como o que ocorre naquele ponto, com duas rachaduras.
Liberação só após 7 de setembro
Desde a identificação do problema, o Dmae abriu um buraco no asfalto para chegar ao ponto rompido. Na quarta-feira (16), o primeiro reparo foi realizado com a colocação de uma manta e uma cinta. Testes feitos no local mostraram que não há mais vazamento.
— Agora vamos fazer uma caixa e concretar a rede para dar maior suporte e durabilidade para aquele trecho — diz Loss, que completa:
— Isto sim vai ser um pouco mais demorado. Teremos que fazer uma caixa de madeira ainda, colocar toda a armação de ferro, concretar e esperar mais uns 15 dias para a cura do cimento.
A prefeitura estima que o processo deve levar cerca de 20 dias para ser concluído. A via deve ser liberada apenas após o feriado de 7 de setembro.