O impacto visual da obra em meio à qual 103 árvores foram removidas do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, popularmente chamado de Parque Harmonia, é inegável. A situação vem sendo discutida na cidade nas últimas semanas, com críticas de representantes políticos e até vistoria do Ministério Público do RS.
Havia 1.253 árvores antes do começo das obras da GAM3 Parks, que ganhou a licitação para administrar conjuntamente o local e o trecho 1 da orla do Guaíba por 35 anos. A concessionária alega que das 103 árvores extraídas, 40 estavam em estado fitossanitário ruim e duas mortas. Veja o antes e depois do local abaixo.
Após denúncias sobre remoção de árvores, o Ministério Público do RS vistoriou o canteiro de obras na quinta-feira (6). A promotora de Justiça do Meio Ambiente de Porto Alegre, Annelise Steigleder, afirmou nesta semana à reportagem de GZH que pretende acompanhar atentamente a polêmica.
— Quero monitorar de perto a situação para garantir que aquele parque seja completamente restaurado, porque ele está bem mexido mesmo — disse a promotora, que também solicitou laudos e pretende chamar a concessionária para pedir outros documentos.
Nesta quarta-feira (12), o MP informou que aguarda a documentação requisitada na última sexta-feira (7). Segundo a Promotoria do Meio Ambiente de Porto Alegre, o envio do material ainda está dentro do prazo. Na sequência, a Unidade de Assessoramento Técnico do MP pretende analisar essa documentação e só então será marcada audiência.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) autorizou, em dezembro do ano passado, a extração de 432 árvores no Harmonia. Conforme a pasta, não será necessário fazer uma nova análise do projeto em execução.
Por nota, a concessionária afirmou que, se houver novas remoções de árvores, serão avaliadas "caso a caso" e que a "remoção ou não de algum vegetal não impacta em mudanças drásticas do projeto" (leia a manifestação mais abaixo).
A previsão da concessionária é de que cerca de 500 árvores sejam plantadas como compensação no próprio Harmonia, mas não há uma data para o plantio começar. O empreendimento da GAM3 Parks no local será concluído até o fim de 2027.
Leia a nota da GAM3 Parks:
Podem ser feitas novas supressões, mas, como sempre falamos e fizemos, serão avaliadas caso a caso. A remoção ou não de algum vegetal não impacta em mudanças drásticas do projeto. As alterações para evitar o corte de uma árvore é, por exemplo, desviar uma calçada, acatar que a árvore fique no meio do passeio, etc. Nada disso está alterando ou desobedecendo alguma diretriz dada pelo EVU (Estudo de Viabilidade Urbanística). O EVU dá diretrizes e não analisa projeto executivo. Isso vale para o parque e qualquer outro empreendimento.