Teve início, nesta segunda-feira (24), o levantamento que pretende identificar a população de cães e gatos de Porto Alegre. As quatro recenseadoras do Censo Animal percorreram ao longo do dia ruas do bairro Sarandi, na zona norte da Capital, para coletar o número de animais domiciliados, semi-domiciliados e aqueles de rua.
A expectativa é visitar de 20 a 30 residências por dia. Os trabalhos têm início a partir das 9h e seguem até por volta das 18h, com todas as recenseadoras utilizando coletes de identificação semelhantes aos utilizados pelo IBGE. Conforme a prefeitura da Capital, o método utilizado será por amostragem, visitando cerca de 4 mil residências.
O Censo Animal 2023 é uma iniciativa inédita na cidade e realizada por uma empresa de consultoria contratada pela prefeitura.
Camila Martins, responsável pela coordenação do estudo, afirma que o município foi dividido em três áreas: urbana de alta densidade — como condomínios de apartamentos; urbana de baixa densidade — onde há predomínio de casas; e as áreas rurais.
A escolha das moradias ocorre por meio de um sorteio prévio, já que não serão todas visitadas.
Mesmo sem ter dados anteriores da Capital para realizar um comparativo, mas, com base em pesquisas realizadas em outros municípios, a expectativa da coordenação do Censo é encontrar de 60% a 65% de cães e gatos domiciliados, 30% a 35% de semi-domiciliados e 1% a 5% de rua.
— O animal semi-domiciliado é um desafio para o poder público, pois ele vive na rua e as pessoas acham que ele não possui uma residência. No entanto, na maior parte das vezes, o animal possui algum tutor ou alguém que se responsabiliza por ele. Nestes casos, se encaixam os bichinhos que vivem com as pessoas em situação de rua e aqueles que são "comunitários" — explicou Camila.
Ações
Uma das casas visitadas no bairro Sarandi foi a do servidor público Luiz Carlos da Silva Adão, de 71 anos. Ele é tutor do Nescau, um cão sem raça definida, de três anos, que foi adotado na praia do Magistério, no Litoral Norte.
— Esse tipo de levantamento é bem importante para a comunidade. Tem pessoas que possuem vários animais em casa e não têm condições de manter. O Nescau não sai de casa sem ser com a guia. Animal na rua sem cuidado não há condições — afirmou.
A equipe que realiza o Censo vai seguir pelas ruas de Porto Alegre até o final do ano. A partir destes dados, a prefeitura espera reforçar as políticas públicas realizadas.
— Neste ano, já realizamos 22 mil castrações e pretendemos chegar a 25 mil. Com o levantamento do Censo, vamos reforçar ações como essa em regiões que indicaram uma maior necessidade de controle da população de cães e gatos — explicou o secretário-adjunto do Gabinete da Causa Animal de Porto Alegre, Jairo da Silva Ávila.