A história da luta pela vida do advogado José Augusto Amorim (o Guto), 48 anos, que foi esfaqueado pelas costas em 2013 no Parque da Redenção, em Porto Alegre, é o tema do livro O Caminho: Mãe e Filho – Uma Superação Pela Fé. O lançamento da obra, com sessão de autógrafos, ocorreu na noite desta sexta-feira (23), no Praia de Belas Shopping, na Capital.
O livro foi escrito nos últimos três anos, a partir do desejo da mãe de Guto de ajudar outras famílias que possam estar enfrentando desafios similares aos que a dela encarou desde o atentando contra o filho.
— Quando aconteceu isso com o Guto, em 2013, eu perdi o chão. Acabou comigo. O Guto era saudável, inteligente, advogado, modelo fotográfico, estava no auge da vida sentimental e profissional. Eu quase desenvolvi uma leucemia porque eu não comia, assim como ele. No momento em que ele começou a melhorar, eu senti que Deus estava presente — conta a mãe e escritora.
A autora recorda que mais de uma vez ouviu dos médicos que o filho não viveria por muito tempo. No entanto, ela nunca desistiu de acreditar. O livro descreve essa jornada de fé e dedicação.
Hoje, Guto consegue falar e a mãe aguarda pelo momento em que ele poderá voltar a caminhar. Durante o lançamento do livro, ele distribuiu sorrisos e posou para fotos com os leitores que foram até a livraria A Página para prestigiá-lo.
— É muito emocionante, estou contagiado pelo amor da minha mãe — comentou Guto.
Sobre o ataque
Por volta de 17h40min do sábado, 4 de maio de 2013, José Augusto Amorim caminhava pela Redenção, onde havia o minizoo à época e onde hoje fica o cachorródromo, quando foi atacado pelas costas por Rodrigo Borges Pereira, 37 anos. O agressor cravou uma faca na testa do advogado, sobre o supercílio direito, e fugiu.
Dois policias militares que chegaram ao local na sequência acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que conduziu Amorim com vida ao hospital. Conforme o inquérito policial, dias antes, vítima e agressor haviam discutido na Cidade Baixa.
Os dois moravam na mesma rua, em edifícios próximos. Ao passear com o cachorro, Guto se deparou com Rodrigo portando uma faca. Eles teriam trocado olhares e, um tempo depois, novamente se encontraram e quase brigaram.
À época, a Polícia Civil informou que Rodrigo Pereira tinha ficha extensa por ameaças e agressões. Os vizinhos teriam chegado a fazer um abaixo-assinado para que ele fosse retirado do prédio onde residia.
Três anos depois, em 7 de junho de 2016, Rodrigo Borges Pereira foi condenado a 12 anos de prisão, em regime fechado, pelo Tribunal do Júri. A sentença dos jurados foi anunciada pela juíza Cristiane Busatto Zardo, mais de oito horas após o início do julgamento.