Dois importantes itens da dieta brasileira ajudaram a reduziram o preço da cesta básica em Porto Alegre durante o mês de fevereiro. O preço da batata caiu 20,14% e do tomate recuou 18,48%.
Com isso, somadas a outras quedas entre os 13 itens pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta fechou o mês 2,12% mais barata do que em janeiro. Os dados constam no levantamento mensal do Dieese, publicado nesta quinta-feira (9).
Dos 13 produtos com preços consultados pelo Dieese (veja a tabela completa abaixo), seis registraram queda de preço. Além da batata e do o tomate, aparecem entre as reduções, a banana, o óleo de soja, a farinha de trigo e o café.
E mesmo com a queda no panorama geral, o número de alimentos em alta foi maior, com sete produtos subindo de valor: leite, arroz, feijão, pão, açúcar, carne e manteiga. Com estas variações, a cesta básica do Dieese fechou fevereiro custando R$ 741,30.
O preço deixa Porto Alegre em quarto lugar entre as 17 capitais pesquisadas pelo instituto, atrás de Rio de Janeiro, Florianópolis e São Paulo.
Oferta e demanda
Entre as justificativas apresentadas pelo Dieese, a queda no valor da batata está atrelada a "maior oferta do tubérculo, o que reduziu os preços no varejo". Sobre o tomate, a explicação é de que "os produtos colhidos na safra de verão abasteceram o mercado e reduziram o preço no varejo".
Outro item que apresentou queda significativa foi o óleo de soja. O relatório do Dieese cita que "um expressivo volume do produto tem sido exportado e, internamente, o alto patamar de preços praticado no varejo tem inibido o consumo do produto".
Item que mais subiu de preço na comparação entre janeiro e fevereiro, o leite integral tem sua variação ligada as importações, segundo o Dieese. O relatório do departamento aponta que "a menor oferta do leite no campo e o aumento das importações de lácteos resultaram na alta dos preços do leite integral e da manteiga no varejo".
Sobre a dupla arroz e feijão, que também teve alta, a pesquisa explica que "apesar do avanço na colheita do arroz, os preços no varejo seguiram firmes na maior parte das cidades, devido às incertezas em relação ao volume da safra e à desvalorização cambial, que estimula a exportação".
No caso do feijão preto, "como o abastecimento do mercado tem sido feito por importação, a desvalorização cambial explica os aumentos no varejo", cita o relatório do Dieese.
Salário mínimo real e o necessário
A pesquisa do Dieese também pontua, de acordo com os valores obtidos no relatório, qual seria o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em fevereiro, o valor fechou em R$ 6.547,58. Isso representa mais de cinco vezes o mínimo em vigor, que é de R$ 1.302. A cesta básica atual de Porto Alegre custa 56,9% do salário mínimo.