O ano de 2023 começou oficialmente para o Pacto Alegre nesta quinta-feira (16), quando mais de 150 acadêmicos, empresários e representantes do poder público fizeram a primeira reunião do projeto, no campus da Unisinos, em Porto Alegre. O encontro foi conduzido pelo coordenador da iniciativa, o secretário municipal de Inovação, Luiz Carlos Pinto.
No evento, foi feito um balanço do que já foi entregue, uma projeção do que está próximo da conclusão e uma prospecção de novas ideias que se encaixam nos desafios propostos pelo Pacto.
— No século 21, as cidades que querem oferecer melhor qualidade de vida precisam atrair e reter talentos — disse o secretário, ressaltando o foco em projetos que pretendem acelerar o desenvolvimento econômico por meio da educação e que levem inovação a todas camadas da sociedade.
O Pacto Alegre existe desde 2018 com o intuito de desenvolver soluções para os problemas da Capital. Além de representantes da prefeitura, Sebrae, Tecnopuc, Associação das Startups Gaúchas, Unisinos e UFRGS também integram a iniciativa, que tem ainda apoio de diversas empresas privadas.
Na manhã desta quinta, oito grupos foram divididos para reunir sugestões para oito projetos diferentes. Os três principais, em termos de avanços práticos e adesão das pessoas, foram o "Startup City", o "Pintando POA" e o "Territórios Inovadores".
Territórios inovadores
No Morro da Cruz, zona leste da Capital, funciona o Hub Formô, primeira iniciativa do Pacto Alegre centrada e feita por uma comunidade. O projeto integra o "Territórios Inovadores".
Suplementar ao Instituto Caldeira, iniciativa privada que foi a primeira ideia do Pacto a se consolidar, o Territórios pretende levar os benefícios desta troca entre grandes empresas para os bairros que normalmente não recebem tantos recursos privados. A ideia é explorar o potencial criativo, diverso e empreendedor das comunidades, sendo uma ponte entre os ecossistemas inovadores da cidade e a periferia.
— Com esta troca, também queremos ampliar o nosso repertório de inovação e soluções na cidade. Esta troca faz uma Porto Alegre mais inclusiva e impactante — disse o coordenador do Formô, Michel Couto, em vídeo.
Depois do Morro da Cruz, Bom Jesus e Vila Planetário devem ser as próximas comunidades a receberem a iniciativa. Em outro momento, bairros Mário Quintana e Restinga também poderão ser contemplados.
— Vamos potencializar trabalhos que já existem nessas comunidades, e fazer isso liderados por uma pessoa da comunidade — complementou o professor Jorge Audy, diretor de inovação do Tecnopuc.
Startup City
O projeto pretende espalhar e consolidar a ideia de que Porto Alegre é a cidade das startups. O objetivo é atrair investidores e empreendedores a apostarem na capital gaúcha, atualmente reconhecida como um polo de inovação.
O Pacto quer que a Capital tenha mil startups até 2027 — o que será possível caso a taxa de crescimento deste modelo de negócio seja de 10% ao ano, em média.
Pintando POA
Dos murais pintados por artistas nas empenas de prédios na cidade, a designer Daniela Lompa e seus pares visualizaram um incentivo ao turismo e à valorização da arte de rua e dos artistas da Capital. Um dos responsáveis pela criação e eleição da marca de Porto Alegre, o Pacto também quer levar o desenho – escolhido por meio de votação popular – para os pontos turísticos da cidade.
Inspirados no Beco do Batman, em São Paulo, o Pacto imagina para o Quarto Distrito corredores de arte urbana pintada em empenas e muros hoje cinzas. O impacto social, neste caso, ficaria por conta de cursos e workshop para jovens interessados no aprendizado.
Cidade educadora
O campeão de engajamento nas reuniões foi o projeto que pretende fazer com que as escolas reverberem inovação para além de seus limites físicos. Esta é uma das que mais tem ligação com os servidores e profissionais do setor, pois foram destacadas políticas públicas já implementadas pela prefeitura e seus resultados.
Uma delas foi a chamada Olimpíada da Inovação. O circuito estimulou a habilidade empreendedora de jovens estudantes de três escolas públicas.
Os desafios eram inspirados em trilhas pedagógicas, trazendo valores do empreendedorismo sustentável para pensar soluções da cidade e da vida em comunidade. Os resultados foram os encontros entre os estudantes para debater sugestões que envolvam trabalho em equipe, inteligência emocional, visão de futuro e criatividade, desenvolvendo produtos como ecobags ou roupa íntima adaptadas para ciclos menstruais que começaram a ser comercializados.
Novas reuniões são previstas para o South Summit, nos próximos dias 29, 30 e 31 de março, além de um calendário de entregas ao longo do ano disponível no site oficial da iniciativa.