A Secretaria de Mobilidade Urbana de Porto Alegre informou, nesta terça-feira (14), que a revisão tarifária do transporte coletivo está em análise na prefeitura. O trabalho, neste momento, está sob a responsabilidade de uma equipe de técnicos da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Ainda não há decisão sobre a possibilidade de reajuste no valor cobrado dos usuários do sistema ou sobre um possível aporte financeiro de recursos públicos para as empresas de ônibus, como ocorreu no ano passado. Nenhum integrante do Executivo municipal se pronunciou sobre o tema.
Líder de governo na Câmara, o vereador Idenir Cecchim (MDB) disse que vai se reunir com o prefeito Sebastião Melo, nos próximos dias, para discutir temas prioritários de Porto Alegre, entre eles, a questão do transporte urbano.
— É obrigação do poder público cuidar desse tema. Quase todas as metrópoles do país passaram a atuar com a injeção de recursos no sistema de transporte público. Foi isso que manteve a passagem congelada em R$ 4,80 para os usuários — aponta Cecchim.
Para o vereador, a participação de aporte público no sistema representa uma partilha social:
— Entendo que o transporte precisa melhorar e que precisa se manter. A passagem, sem a injeção de dinheiro público, poderia estar em R$ 6,40. É cara para muitos trabalhadores que não recebem vale-transporte.
Líder da oposição no Legislativo da Capital, vereador Aldacir Oliboni (PT) avalia que o sistema de transporte de Porto Alegre não deveria receber recursos do erário nesse ano.
— Nos últimos anos, as empresas de ônibus deixaram de ter cobradores, isso representa um grande decréscimo de custo, e receberam isenção de imposto municipal. Além disso, o atual governo reduziu de 12 para quatro os dias de passe-livre, ampliou de 60 para 65 anos o requisito para os idosos terem gratuidade. Isso já foi regalia demais — dispara.
Oliboni diz que tem recebido inúmeras queixas sobre a qualidade do serviço e sustenta que o debate precisa ser maior do que aumentar ou não o preço da passagem:
— Está cada vez pior. Redução de horários, o que representa demora para os usuários. É sobrecarga de trabalho nos motoristas, que devem cobrar a passagem e dirigir. É o ar-condicionado que nunca está ligado. Porto Alegre já foi modelo em transporte coletivo e hoje tem um dos piores sistemas do país — lamenta o vereador.